Quando se pensa em amor e paixão, é comum que relacionemos com o coração. Porém, esses sentimentos tão intensos são, na verdade, resultado de reações de substâncias químicas no cérebro!
Hormônios a mil
“Quem manda no amor são os neurotransmissores e os hormônios”, esclarece o médico neurologista e especialista em neurocirurgia Fernando Campos Gomes Pinto em seu livro Papo Cabeça (Editora Leya, 2014). O principal hormônio que interfere nesse processo é a ocitocina, produzida no hipotálamo (região do cérebro que controla apetite, sono, temperatura corporal e emoções) e liberada pela glândula hipófise. Cabe à ocitocina modular o funcionamento do cérebro, desenvolvendo afinidades entre as pessoas. Mas a ação desse hormônio é limitada, porque não é apenas a empolgação inicial do começo do relacionamento que garante sua continuidade, o que explica o índice médio de 30% de divórcios em todo o mundo entre casais que oficializam a união.
Cérebro e paixão
Antes de chegar a esse estágio de conflito, no entanto, existe a paixão. É o momento em que age o circuito mesolímbico dopaminérgico, nome dado à estrutura cerebral que aciona mecanismos de prazer mediante estímulos, como o chocolate, drogas como a cocaína e também a pessoa amada. O estudo A Neurobiologia do Amor (2007), do pesquisador inglês Semir Zeki, provou que quem ama alguém vive mergulhado em drogas produzidas pelo próprio organismo. Além da ocitocina, que favorece a conexão afetiva, há a dopamina, cuja função é regular o desejo; a serotonina, que provoca a sensação de felicidade; a norepinefrina, que proporciona euforia; e a vasopressina, que restringe a atenção do ser apaixonado somente ao objeto da sua paixão. Todos esses neurotransmissores provocam uma alteração na capacidade de julgamento do cérebro. Por isso, quem está apaixonado costuma relevar os defeitos da pessoa amada e superestimar suas qualidades. Não por acaso, os casais apaixonados tendem a se entender muito bem no sexo.
Química pura
Como os neurotransmissores e hormônios interferem no amor e no sexo:
Ocitocina: gera afinidade entre os apaixonados e garante harmonia ao convívio;
Dopamina: é responsável por aumentar o desejo sexual;
Serotonina: proporciona sensação de felicidade;
Norepinefrina: causa euforia e sensação de bem-estar;
Vasopressina: estabelece laços afetivos duradouros.
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Texto: Fernanda Villas Bôas – Edição: Natália Negretti