A adolescência é a fase em que as percepções e intensidades da atração sexual começam a ser definidas. E isso, por mais fantasioso que seja a questão do amor adolescente, tem a ver com as mudanças pelas quais o corpo do jovem está passando – a famosa puberdade.
Paixão adolescente
Uma das principais alterações que ocorre no cérebro, (e leva os adolescentes quase à loucura com os hormônios à flor da pele), é a ativação do sistema límbico, ou de recompensa. Esse mecanismo nada mais é do que uma região cerebral com estruturas responsáveis por proporcionar a sensação de prazer, nesse caso, por um novo meio – o sexo. Por isso, o jovem tem cada vez mais vontade de ativar esse sistema para sentir o bem-estar, levando-o a novas descobertas e a procurar o parceiro.
Cérebro a todo vapor
Porém, em meio a todas essas mudanças, o cérebro busca um equilíbrio pela área do córtex pré-frontal. “É uma estrutura que atua como autorregulador do processo emocional e de recompensa, e regulando todas as reações provocadas pelo sistema emocional”, indica a professora de neurociência Marta Relvas. Sim, o adolescente tem uma maior facilidade de se apaixonar. Isso ocorre devido à tendência de, nessa fase, o organismo produzir fatores neurotróficos, ou seja, substâncias que possuem a função de promover uma conexão neural mais intensa. E, em consequência desse aumento nessas ligações, a produção de dopamina, o neurotransmissor da recompensa, também se intensifica. Por isso, Marta ainda aconselha orientar os familiares a “moldar essas reações neuroquímicas e fortalecer as conexões neurais do córtex pré-frontal de maneira que o jovem crie valores éticos, morais e consiga promover a percepção acertada das disposições e intenções de outros indivíduos pela cognição social ou “filtro” dos impulsos irracionais”.
LEIA TAMBÉM
- O que acontece no corpo quando há falta de tesão?
- Saiba como falar sobre sexo com os filhos
- Como funciona os 5 sentidos durante o sexo
Consultoria: Marta Relvas, professora de neurociência
Texto: Giovane Rocha/colaborador – Edição: Natália Negretti