Marley é um labrador cheio de energia. Se não gasta em passeios, brincadeiras e muita atenção dos donos, acaba procurando outras formas de descarregá-la. Sozinho em casa, corre pelos cômodos derrubando tudo o que vê pela frente. E mastiga tudo o que for macio: sofá, almofada, cobertor. E mastiga também o que demanda um esforço bem maior do seu maxilar: sapato, telefone, mesa.
Essas são cenas do livro “Marley & Eu,” escrito pelo jornalista John Grogan, e que virou filme de mesmo nome, mas poderiam ser também relatos de qualquer pessoa comum que tenha um cão – o livro, inclusive, conta uma história verídica.
Situações como essa fazem rir em filmes e livros, mas também podem trazer desconfortos para os donos, que enfrentam dificuldades na hora de receber pessoas em casa ou de passear com o cão, por exemplo.
Apesar de, na maioria das vezes, o dono culpar o cão pelas ações consideradas erradas, como destruir o jardim ou rasgar a almofada, é o dono mesmo quem pode ter favorecido esses hábitos.
Quando o comportamento dos cães não consegue ser melhorado e o dono não consegue se comunicar com eles, o mais indicado é procurar um adestrador profissional. “O adestramento tem como objetivo melhorar a convivência entre homem e animal. Cães adestrados sofrem menos restrições, pois sabem se comportar em diversas situações, e respeitam o dono como seu líder”, diz a veterinária e adestradora Ana Paula Guerra. Aprendendo a conhecer como funciona a cabeça do bichinho de estimação, fica mais fácil saber o que fazer na hora de agradar ou reprimir.
Benefícios no convívio
Com as técnicas de adestramento, tanto o dono quanto o cão se beneficiam e o aprendizado vai bem além dos truques básicos, como sentar, deitar e rolar, comandos que podem ser ensinados por qualquer pessoa sem ajuda especializada.
“Mas obedecê-los não quer dizer que o cão reconheça o dono como líder. Para que o comportamento do animal mude, é preciso mudar o do dono também”, esclarece o adestrador Samuel Augusto Talon. Segundo o zootecnista e apresentador de TV Alexandre Rossi, conhecido como Dr. Pet, desde filhote o cão está em constante aprendizado.
Assim, se ele latiu ou chorou e conseguiu o que quis (comida ou carinho, por exemplo), o dono está “ensinando” que é assim que o animal pode atingir seus objetivos.
Portanto, o cão pode adquirir costumes de acordo com a reação de seus donos. E é por isso que não adianta querer que o animal modifique algumas atitudes sozinho, quando o erro está mais no modo da pessoa se comportar.
E é por isso que o adestramento tem o objetivo não só de treinar o cão, mas também ensinar as pessoas a lidarem melhor com ele.
Durante as aulas, o dono aprende, por exemplo, a como impedir alguma ação do bicho. Dizer palavras curtas, como “não”, em tom baixo e firme, pode ser mais eficaz do que passar minutos gritando com o bicho. Isso porque as frases longas, ainda mais em voz alta, não são absorvidas – e todo o esforço vai passar batido.
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Texto: Redação Alto Astral Edição: Nathália Piccoli