As Olimpíadas de Paris 1924 deram a chance aos franceses de se redimirem do fracasso de 1900. Na segunda vez em que sediaram os Jogos, os parisienses deram preciosa contribuição para o crescimento do movimento olímpico. Confira algumas curiosidades da sétima edição dos Jogos Olímpicos da Era Moderna.
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Uma campanha lançada por Américo Netto, presidente da Federação Paulista de Atletismo, no jornal O Estado de S. Paulo, foi responsável por angariar fundos para a participação brasileira em sua segunda Olimpíada. O presidente Arthur Bernardes havia liberado 350 contos de réis para a viagem, mas disputas internas na antiga CBD motivaram a perda da verba. A inscrição brasileira chegou a ser cancelada, para ser revalidada dois meses antes dos Jogos.
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Os irmãos Edmundo e Carlos Castello Branco competiram juntos no remo classe skiff duplo e conseguiram um quarto lugar entre os cinco barcos concorrentes. Este foi o melhor resultado brasileiro. Estiveram presentes ainda oito corredores do atletismo, mas nenhum foi além da primeira rodada da fase de classificação.
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O tiro, que havia sido responsável por três medalhas em 1920, também esteve representado, mas por nenhum dos vencedores de quatro anos atrás e voltou sem medalha.
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Américo Netto, o chefe da delegação e desafeto da CBD, numa demonstração de intransigência não levou nenhum atleta do Rio de Janeiro. Mas a maior dificuldade da equipe brasileira possivelmente foi a viagem na segunda classe do navio Orange até o litoral da França, de onde partiram na terceira classe de um trem até Paris.
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A influência do Barão de Coubertin foi decisiva para que Paris se redimisse do vexame que fora a Olimpíada de 1900. Amsterdã, na Holanda, e Los Angeles, nos Estados Unidos, eram fortes concorrentes, mas a garantia de que seriam escolhidas para os Jogos seguintes possibilitou a volta da competição para o berço de seu maior idealizador.
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Seja como for, Paris ainda surpreendeu a todos ao inaugurar a primeira vila olímpica da história, um alojamento comum para todos os competidores, feito com cabanas de madeira. Apresentou também um estádio próprio para os Jogos, com mais de 60 mil lugares, além de uma piscina com 50m de comprimento, plataformas de largada e linhas de cortiça usadas na divisão das raias. Foi, inclusive, a estreia do lema “Citius, Altius, Fortius” (que em latim significa “mais rápido, mais alto, mais forte”).
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As mudanças levavam em conta a trajetória ascendente das Olimpíadas, já então um evento notório, contando até com transmissão radiofônica para o resto do continente. A presença de mais de 625 mil espectadores e mil jornalistas na cobertura de todas as provas atestaram a sua recente grandiosidade. Foi a partir de 1924 que, durante a cerimônia de encerramento, passaram a ser hasteadas as bandeiras do COI, do atual e do futuro país anfitrião.
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Os Jogos de 1924 seriam os últimos presididos por Pierre de Coubertin, o homem que conseguiu a maior de todas as façanhas olímpicas, sem jamais ter disputado uma prova
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Os corredores britânicos Harold Abrahams e Eric Liddel foram alguns dos poucos competidores na ocasião a quebrarem a hegemonia no atletismo de Estados Unidos e Finlândia, que venceram 22 das 27 provas disputadas na categoria. A amizade e a rivalidade entre Abrahams, judeu, primeiro lugar nos 100m rasos e Lidell, pastor anglicano, ganhador nos 400m rasos, acabou se transformando no enredo do filme Carruagens de Fogo, dirigido por Hugh Hudson e vencedor de quatro categorias do Oscar, em 1981, inclusive a de melhor filme, consagrando também a trilha sonora assinada pelo renomado compositor grego Vangelis.
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Johnny Weissmuller não se limitou a ser um dos maiores campões olímpicos, também se tornou um astro das telonas como o lendário Tarzan, o Rei das Selvas, papel que representou em uma série de 12 filmes.