Quem assistiu aos filmes Jornada nas Estrelas e Lanterna Verde viajou com as naves espaciais que voam na velocidade da chamada dobra espacial (ou warp drive, em inglês). A dobra espacial é um sistema de propulsão mais rápido do que a velocidade da luz (equivalente a 300 mil quilômetros por segundo). Ela cria uma bolha de tempo-espaço em volta da nave e faz com que ela se desloque à distância de anos-luz em apenas minutos. Parece impossível, não é? Nem tanto.
Os criadores dos filmes se basearam nas leis da física para criar a teoria da dobra. Tudo começou com a Teoria da Relatividade, de Albert Einstein. Ela afirma que tempo e espaço são relativos e, mesmo assim, estão interligados. Ou seja, para uma pessoa em movimento no espaço, o tempo passa mais devagar para ela em relação a uma pessoa que ficou parada. Além disso, a teoria diz que o universo tem quatro dimensões: três dimensões de espaço e uma temporal.
Depois dessa, Einstein ainda criou a Teoria da Relatividade Geral, que consiste em afirmar que a massa causa uma curvatura no espaço-tempo, e é isso que atrai as coisas em sua direção. Com essa teoria, também foi possível apontar a existência de buracos negros.
Como uma nave voa em dobra espacial
Levamos, agora, as leis da física para a ficção; assim, você pode entender melhor o voo de uma nave na dobra. O físico teórico Miguel Alcubierre propôs que, com a tecnologia adequada, uma nave viajaria em dobra espacial sempre dentro da bolha, criada para que, dentro da nave, nada se modificasse por causa da alta velocidade. O veículo se movimentaria nessa bolha pelo método de propulsão da dobra. Mesmo assim, o espaço é que se movimentaria em volta da nave, fazendo com que o espaço-tempo de trás impulsionasse para o espaço-tempo da frente.
O termo “dobra” vem do que os criadores explicam sobre os motores de uma nave. Ele é capaz de “dobrar” as dimensões do espaço, criando uma ponte entre os pontos de partida e chegada, diminuindo a distância de anos-luz em apenas horas ou dias.
Para que tudo isso seja possível, é preciso muito combustível. A nave Enterprise (do filme Jornada nas Estrelas), por exemplo, gasta 81 vezes a sua massa para viajar em dobra. No filme, a nave usa a energia gerada da matéria com a antimatéria (quando elas entram em contato, ocorre uma explosão que emite radiação). O problema é que quase não existe antimatéria no universo. Ou seja, vai demorar alguns anos-luz para entrarmos em dobra e viajar com a Tropa Estelar do filme.
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Texto: Júlia Prado