Reunimos informações importantes sobre o autismo, deficiência intelectual que atinge cerca de 2 milhões só no Brasil, segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde).
Hoje, fundindo o transtorno autista, o Desintegrativo da Infância, o Generalizado do Desenvolvimento Não Especificado e a síndrome de Asperger, chega-se a um único diagnóstico: os Transtornos do Espectro Autista (TEA). “Nessa linha de raciocínio, cada indivíduo apresenta um grau de severidade especifico em cada uma das habilidades comprometidas”, explica Lílian Kuhn, fonoaudióloga com especialização em audiologia.
Quando os primeiros sintomas do autismo começam a aparecer e como identificá-los?
Quando o bebê é muito pequeno, os sinais do autismo não são tão evidentes, visto que não se espera uma interação de nível elevado nesta idade. Mas, próximo ao primeiro ano de vida – quando as demandas por respostas, imitações e brincadeiras aumentam, – as famílias começam a notar fatos que chamam a atenção, tais como atrasos ou ausências de comportamentos e habilidades esperados.
Existem sinais de comportamento que devem deixar os pais alertas?
1. Falta de iniciativa espontânea na interação social e pouca ou nenhuma resposta às tentativas das pessoas;
2. Não manter o contato visual, um dos traços mais significativos relacionados ao espectro autista
3. Não usar gestos para se comunicar e interagir (dar tchau e apontar, por exemplo);
4. Ter ausência ou atraso no desenvolvimento de linguagem oral;
5. Apresentar padrões inflexíveis de comportamento e dificuldade de lidar com mudanças na rotina;
6. Possuir interesse restrito, incomum ou muito intenso em determinados objetos, (desde escova de cabelos) e/ou partes específicas de brinquedos (como rodas de carrinhos);
7. Movimentos corporais inesperados (balançar ou tremer o corpo, correr de um lado para outro, chacoalhar as mãos ou dar pulinhos);
Quais são os primeiros passos no tratamento de uma criança autista?
Independente de qual foi o profissional que avaliou inicialmente o portador do TEA, a intervenção é feita por uma equipe multiprofissional formada por neurologista, psicólogo e fonoaudiólogo, que pode ser complementada por outros profissionais (terapeuta ocupacional, psiquiatra, treinador físico, musicoterapia), a depender das necessidades de cada um.
Quando existem outros filhos, com idade próxima, de que forma os pais devem conduzir essa relação?
As crianças que têm dificuldades requerem uma atenção diferente das outras, até mesmo por conta dos atendimentos multidisciplinares, e os filhos que não apresentam tais dificuldades podem se sentir deixados de lado. Portanto, a primeira atitude é ajudar a criança a compreender a necessidade do outro. “Procure sempre demonstrar muito amor e o quanto ela faz parte e é essencial para todos ali. É muito possível conduzir uma relação familiar saudável, principalmente se a família estiver pautada no respeito e compreensão”, diz a psicoterapeuta de crianças e adolescentes Mônica Pessanha.
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Texto: Carolina Firmino – Edição: Jessica Mobílio/Colaboradora e Giovane Rocha
Consultoria: Lílian Kuhn, fonoaudióloga com especialização em Audiologia, mestre e doutora em Linguística Aplicada e Estudos da Linguagem; Mônica Pessanha, psicoterapeuta de crianças e adolescentes.