A pele é o maior órgão do corpo humano e, diáriamente, é exposta a várias agressões naturais causada por agentes como o sol, a poluição e a falta de umidade no ar, que fazem com que ela transforme-se em um espelho, refletindo os problemas. Contudo, os distúrbios emocionais também podem alterar a saúde desse órgão. “As psicodermatoses são problemas desencadeados ou agravados por fatores psicológicos. Sabe-se que o sistema nervoso está ligado diretamente à pele, o que faz com que problemas emocionais agravem ou desencadeiem essas doenças”, explica o dermatologista Bruno Vargas. A combinação de um estilo de vida não saudável com a presença de emoções negativas intensas favorece o aparecimento de problemas dermatológicas.
Estudos na área da dermatologia indicam que cerca de 40% dos pacientes com doenças de pele também apresentam problemas emocionais. “As maiores associações dos fatores psicológicos com essas alterações da pele são: estresse crônico, depressão, ansiedade, conflitos interpessoais e familiares e traços de personalidade, como hostilidade, perfeccionismo e baixa autoestima”, afirma o psicólogo Armando Ribeiro.
A fundo no problema
A influência desses fatores faz com que todo o organismo sofra um desequilíbrio a partir da presença de uma forte emoção negativa, fazendo da pele um alvo fácil. As condições dermatológicas mais comuns desencadeadas, agravadas ou perpetuadas por tais fatores psicológicos são:
- Vitiligo: enfermidade cutânea caracterizada por perda localizada da pigmentação;
- Psoríase: doença cutânea com um componente hereditário, caracterizada pela erupção de placas cobertas de escamas esbranquiçadas;
- Acne: é resultante de inflamação com acúmulo de secreção, fortemente relacionada ao desequilíbrio hormonal e agravada pelo estresse crônico.
- Dermatite atópica: erupções que coçam e apresentam crostas, sendo mais comum de aparecer nas dobras do braço e na parte de trás do joelho.
- Dermatite seborreica: inflamação na pele que causa, principalmente, escamação e vermelhidão em algumas áreas do corpo.
- Alopecia areata: doença que provoca a queda de cabelo e pelos. “O estresse crônico pode afetar o fluxo de sangue que alimenta a raiz do fio de cabelo ou do pelo e assim levá-lo a queda frequente”, afirma o psicólogo.
- Disidrose: erupção com bolhas pequenas nos pés e nas mãos de caráter agudo, crônico ou recidivo.
Vilão à espreita
O estresse tornou-se um fator presente na vida de grande parte da população mundial e está diretamente relacionado ao aparecimento de várias doenças de fundo emocional e males que afetam o bom funcionamento do organismo. “A produção excessiva do hormônio do estresse (cortisol) impede o organismo de manter o equilíbrio interno (homeostase) e as células de vários sistemas começam a adoecer e morrer. Estressores crônicos (emocionais e sociais) levam o organismo a permanecer em catabolismo, ou seja, as células deixam de se regenerar e ativam o processo de morte celular, por meio da produção excessiva de radicais livres”, explica Armando.
Mas como prevenir?
A recomendação é adotar uma boa alimentação, praticar exercícios físicos regularmente, dormir bem e manter o emocional equilibrado. De acordo com o psicólogo, existem diversas estratégias terapêuticas que podem ser utilizadas para evitar ou minimizar o efeito do estresse crônico e das emoções negativas sobre a pele. “Entre as estratégias estão a psicoterapia, baseada em uma abordagem psicológica que identifica os pensamentos distorcidos que disparam a produção dos neurohormônios e permite aos pacientes aprenderem técnicas de modificação dos pensamentos, emoções e comportamentos, hipnose, meditação, yoga, acupuntura, fitoterapia, aromaterapia e massoterapia”, completa o profissional. Além desses, o tratamento medicamentoso psicotrópico, com antidepressivos e ansiolíticos, pode ser usado, desde que recomendado por profissionais especializados. Porém, é importante ressaltar que se não houver uma mudança no estilo de vida, esses métodos de prevenção não serão suficientes.
Texto: Redação Alto Astral
Consultoria: Bruno Vargas, dermatologista; Armando Ribeiro, psicólogo
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