Embora o caráter militar prevaleça no imaginário dos leigos, a característica mais exacerbada dentro da Ordem dos Templários era a devoção.
Apesar de seu papel ser principalmente o de defesa, o que obviamente incluía muito sangue derramado por onde passavam, era essencial que um cavaleiro fosse, antes de tudo, um homem de fé cristã. Quanto às mulheres, só passaram a ser aceitas muito tempo depois – fato historicamente compreendido quando se toma conhecimento do que a figura feminina representava na Idade Média: um artifício demoníaco para seduzir os homens e tirá-los do caminho da santidade.
Outra característica de um cavaleiro Templário era o seu orgulho pela pobreza. “Um de símbolos mais famosos do grupo mostra dois cavaleiros compartilhando o mesmo cavalo. Isso mostrava que os Templários precisavam de apenas um cavalo e uma espada para realizar o trabalho de Deus”, diz o historiador André Rodrigues.
As normas da rotina dos membros da Ordem dos Templários eram duras. Dezenas de orações deveriam ser pronunciadas diariamente, e também havia datas semanais e anuais de abstinência de carne ou completo jejum. “Era proibido fazer a barba, caçar (leões eram permitidos), possuir mais de três cavalos (apenas o grão-mestre podia ter quatro) e, principalmente, manter qualquer contato com mulheres”, explica o especialista Leandro Stefani. Entretanto, os cavaleiros não eram apenas monges guerreiros. Além de proteger os peregrinos, o grupo construía bases, fazia patrulhas e fornecia suprimentos aos necessitados.
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