O protagonista de Clandestinos – O Sonho Começou fala como é encarnar um personagem tão real
Depois do sucesso no teatro, “Clandestinos” ganhou adaptações para a TV e está mostrando para todo o Brasil a realidade de quem tenta viver da carreira artística. Quem conta mais sobre essa experiência é o protagonista da série, Fábio Enriquez.
Guia da TV: Me fale sobre o seu personagem.
Fábio: O Fábio é um diretor de teatro que, aos trancos e barrancos, tenta montar uma peça. A produção fala sobre as dificuldades de se tentar viver desse tipo de arte no Brasil.
Guia da TV: E como é trabalhar com o João Falcão?
Fábio: É muito bom ser dirigido pelo João porque amadureci como pessoa e como artista. Ele é um artista e um homem inquieto e criativo, o que acaba nos contaminando. É incrível.
Guia da TV: Qual a diferença principal na criação da peça e do seriado?
Fábio: No teatro, nós íamos improvisando e fazendo sugestões e o João foi escrevendo ao longo dessa experiência. Já para a série foi mais uma adaptação do teatro. Temos também como roteiristas o João Furtado, Guel Arraes e Adriana. O barato da peça é que foi criada por nós junto com o João.
Guia da TV: Você veio direto da peça para a série da Globo. Como foi o processo de seleção para o espetáculo?
Fábio: Para o projeto da peça foram mais de 3 mil candidatos inscritos. Em 2008, o João abriu um site na internet convocando pessoas para formar a companhia de teatro. Dos 3 mil candidatos rolou uma seleção pelas cartas de intenção e sobraram 400. Depois, fizemos audições no Teatro Gloria, no Rio, e ficaram apenas 30. Os 30 fizeram as oficinas no teatro, de dramaturgia e de criação de personagens, e destes ficaram apenas 14 que já estão no espetáculo há dois anos.
Guia da TV: Qual você acredita que foi o seu diferencial para se manter entre os 3 mil inscritos?
Fábio: O critério de seleção era muito a partir do que o João já imaginava para a peça. Não sei o que tive de diferencial, mas acredito que atendi ao que o João esperava para o espetáculo.
Guia da TV: Você acredita que o horário pode prejudicar a audiência da série? Vocês vão entrar depois de A Grande Família.
Fábio: O que está em jogo é fazer um trabalho no qual a gente acredita e mostrar isso para muitas pessoas. Esta oportunidade alcançar mais espectadores é muito valiosa. Queremos mostrar um trabalho que a gente se orgulha muito de ter feito. Que admiramos muito. Acho que pegar o público de A Grande Família pode ajudar.
Guia da TV: Você espera poder conseguir continuar na tevê depois da série?
Fábio: Compor um personagem com toda a dificuldade que tem um folhetim deve ser uma experiência muito interessante. Cenas novas todos os dias… Outra linguagem.
Entrevista: Manu Machado/Colaboradora
Foto: TV Globo/Márcio Nunes