Em Êta Mundo Bom! ele se veste de mulher para conseguir dinheiro, dá os melhores conselhos, ajuda as pessoas necessitadas e muito mais! Com tanto carisma e bom coração, não tem como não se apaixonar pelo Pancrácio. E seu intérprete também não poderia ser outro: Marco Nanini é um ator completo e com sensibilidade na medida para dar vida a alguém tão especial como o professor. No papo que tivemos come ele, o ator contou que o trabalho é o que o motiva a viver. Confira!
Como é interpretar um professor em outra época?
“O professor é um ícone, uma profissão pouco valorizada no Brasil, mas é fundamental. Esses personagens são baseados na profissão, mas a realidade é outra. O Pancrácio vive em um mundo de raciocínios, de ilusões e fantasia. Isso é muito bom, porque dá um ar de loucura, um tempero que ajuda na trama.”
Essa trama fala bastante de esperança. Como você enxerga a vida hoje no Brasil, com a crise que está?
“Olha! Esperança a gente tem, mas eu desconfio um pouco. Aliás, eu desconfio um pouco de tudo. É bom pensar que você está aqui para fazer o bem, mas não é a realidade que a gente vê nos dias de hoje… Enfim, isso é o que o Pancrácio acredita, mas, no fundo, acho que ele duvida. Existe uma contradição e todo conflito é bom para a trama.”
O Pancrácio interpreta vários personagens em um só. Como é isso?
“É interessante, mas fiquei assustado no início. Por mais que você estude e fique atento às informações, inspiração é uma coisa que vem ou não vem. Esses personagens precisam ter uma verdade. Eles não são interpretados por mim, mas pelo Pancrácio. E existe um desejo dele de interpretar. Ele mesmo fica chateado quando acha que não fez bem um tipo ou outro (risos), e quer se superar no próximo. É um exercício de ator muito bom.”
Você é um dos melhores atores de sua geração. Bate alguma insegurança?
“Se não tiver essa insegurança, já começa errado. Ninguém pode se achar o bam, bam, bam… Precisa ter uma humildade. Por melhor que você seja, às vezes você não acerta. Se não for assim, acho que não teria graça.”
Qual a importância do trabalho em sua vida?
“É fundamental. Eu acho que sem trabalho eu murcho. Ele te dá um gás, uma energia, ativa a sua criatividade e aguça uma vontade de melhorar. E o trabalho que a gente faz é em grupo. Conhecemos outras pessoas, trocamos opiniões, e isso colore a nossa vida.”
A GRANDE FAMÍLIA- ORGULHO E SAUDADE!
Como está sendo voltar a atuar em uma novela, após tanto tempo no A Grande Família?
“A Grande Família durou 14 anos e essa volta em uma novela das seis tem um sabor de saudade. Fiz muitas na minha carreira. E eu sempre achei esse horário interessante pelo público e os temas abordados. Tem sido uma volta suave e feliz.”
Você sente saudade do Lineu? Foi bastante tempo, né?
“O Lineu virou meu amigo. Não sinto saudade porque ele está sempre comigo. Quando você se entrega muito em um trabalho, existe a sensação de dever cumprido. É uma saudade melancólica e não existe tristeza. Foi muito bom ter feito A Grande Família. foi um exercício maravilhoso ficar no ar durante 14 anos com o mesmo personagem. Nunca tinha feito nada parecido. O Lineu está aqui em um canto especial do meu coração.”
Entrevista: André Luís Romano/Colaborador
LEIA TAMBÉM