Quando falamos da expressão zona de conforto, surge até um estranhamento: se estamos falando de algo confortável, por que estar nela é tão ruim? “É porque não se trata de conforto no sentido de confortável, e sim, no sentido de algo que não se movimenta, que não sai do lugar”, explica o psicólogo e coach João Alexandre Borba.
Afinal, o que é zona de conforto?
“Na verdade, o nome deveria ser ‘zona de desconforto’, porque a pessoa não está confortável, só que ela vai se acomodando e criando justificativas para ficar ali”. Descrevendo assim parece até difícil acreditar que a gente se prenda numa situação dessas, mas trata-se de algo mais comum e frequente do que a gente imagina – porém, as chances de sair dela são totalmente possíveis.
“A zona de conforto consiste naquilo que se conhece. Pode ser um local, uma atividade, uma relação, entre outras coisas”, resume a psicóloga Maria Cristina Oda. Nela, o indivíduo se encontra numa situação em que se sente seguro e que nada o surpreende.
Tudo isso se torna negativo quando leva a pessoa à estagnação e à repetição de comportamentos, que podem, como consequência, provocar sensações de improdutividade, invalidez ou vazio. De acordo com o psicólogo João Alexandre Borba, a zona de conforto é praticamente um paradoxo, “porque ela se constitui num movimento em que eu fico paralisado; não tem novidades, é tudo ‘o mesmo do mesmo’, só que eu vou tentando fazer o mesmo ficar com uma carinha de novo, mas ele é sempre o mesmo do mesmo”, conclui. E para se livrar dessa verdadeira espiral de repetição, só existe uma alternativa: sair dela.
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Consultorias: Andrea Deis, gestora empresarial, coach, pedagoga e palestrante; João Alexandre Borba, psicólogo e coach; Maria Cristina Oda, psicóloga responsável pelo Centro de Estudos e Assistência Psicológica (CEAP), da Beneficência Portuguesa de São Paulo (SP).