Para as pessoas que sofrem de estresse pós-traumático, vivenciar novamente uma situação que machucou tanto é um verdadeiro tormento para a mente e a alma. Sendo assim, que tal usar a tecnologia de realidade virtual como um recurso a mais na cicatrização das feridas psicológicas? Isso já é realidade, e não só lá fora.
Desde 2005, alguns terapeutas da Universidade da Califórnia do Sul, que fica nos Estados Unidos, passaram a adotar a realidade virtual, a mesma utilizada em jogos de videogames, para “treinarem” seus pacientes a encarar o seu motivo do desconforto. Desde então, o método vem se mostrando eficaz, principalmente voltado aos soldados que retornam de campanhas militares profundamente abalados psicologicamente.
Realidade virtual já no Brasil
E nem é preciso ir tão longe assim para nós encontrarmos iniciativas semelhantes. O Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas (IPq-HC), que fica na Universidade de São Paulo (USP), já realizou vários testes da terapia de exposição à realidade virtual (ERV) para portadores de fobia social. Até agora, o método apresentou resultados promissores. Funciona assim: o programa de computador simula situações estressantes, por exemplo, pedir informações a estranhos ou receber convidados para uma reunião.
São tarefas aparentemente simples, mas um tanto complicadas para quem apresenta o distúrbio. Diante da situação ao vivo, os pacientes costumavam levar cerca de 50 minutos para administrarem a ansiedade. Virtualmente, o relaxamento já foi perceptível a partir de 20 minutos. O tratamento levou, em média, sete sessões, e conseguiu reduzir os sintomas do transtorno de ansiedade em mais de 70%. Atualmente, o tratamento encontra-se em fase de estudos para ser oferecido de forma rotineira a pacientes que sofrem deste distúrbio.
Confira também!
Mindfulness: meditação contra estresse e ansiedade
60 dicas para vencer o estresse
Texto: Marcelo Ricciardi/Colaborador – Edição Giovane Rocha/Colaborador