Sabe aquela situação em que você dá de cara com algo que sabe não ser o mais certo a se fazer, mas fica em um dilema moral se arrisca ou não? Até chegar a uma conclusão, ficamos tentados a fazer certas loucuras ou apenas colocamos o bom senso embaixo do tapete pelo simples prazer de realizar aquilo. Essa tentação pertinente, como explica o pai da psicanálise Sigmund Freud, é obra do seu id, a parte mais profunda do seu inconsciente.
Esse componente da personalidade é o único que, segundo Freud, está presente no ser humano desde seu nascimento. “O id, característica do inconsciente, é regido pelo principio do prazer individual; é onde se localizarão as pulsões de vida e de morte”, explica a médica e psicoterapeuta Laís Helena da Rocha. Ou seja, seus esforços são voltados para que suas vontades e seus desejos sejam satisfeitos imediatamente.
Sabe-se, entretanto, que esse “imediatismo” é algo irreal e impossível. Afinal, se todos os seres humanos fossem puramente guiados pelo princípio do prazer, o mundo seria uma bagunça. Por conta desse comportamento socialmente proibido, o próprio id tenta solucionar isso com a formação de imagens mentais como forma de realizar as vontades. A partir disso é que são criados os estados de tensão e ansiedade, por exemplo.
Como nossos comportamentos primitivos e instintivos estão presentes no id, inicialmente parece algo assustador, sob o qual não teríamos controle. Todavia, trata-se de um componente muito importante para o ser humano, principalmente nos primeiros anos de vida. Por exemplo: se uma criança está com fome ou sente dores, sua primeira reação será de choro, até que as exigências do id sejam atendidas.
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Texto e entrevista: Thiago Koguchi – Edição: Giovane Rocha/Colaborador
Consultoria: Laís Helena da Rocha, médica, psicoterapeuta, hipniatra e membro da Associação Brasileira de Hipnose (ASBH) – Fonte: Livro O Ego e o ID, de Sigmund Freud.