De acordo com pesquisadores do Duke University Medicinal Center, nos Estados Unidos, a exposição ao álcool durante a juventude, quando o cérebro não está totalmente desenvolvido, pode resultar em anormalidades sinápticas e no nível celular, causando efeitos prejudiciais e duradouros sobre a memória e outras funções cognitivas.
A pesquisa ainda destaca que, com o álcool, há a possibilidade de estagnação de parte do desenvolvimento de memória e de aprendizado, como se a pessoa continuasse a ser um eterno adolescente.
A equipe ressaltou que essa anormalidade foi acompanhada por uma mudança estrutural em células nervosas individuais. As pequenas saliências dos ramos das células, chamadas espinhas dendríticas, tinham aparência magra e comprida, sugerindo imaturidade.
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Álcool: vilão da saúde
O alto consumo de bebidas alcoólicas pode afetar a memória. O motivo? É porque ele prejudica a absorção da timina pelo intestino. Essa substância é obtida através da vitamina B1 e é importante na participação da conversão do açúcar no sangue em energia, sendo vital para a saúde dos músculos, do coração e do sistema nervoso, que envolve a memória.
“Existem vários tipos de amnésia, que podem ter diversas causas. Entre elas está o alcoolismo, um problema muito grave na nossa sociedade e que, infelizmente, é negligenciado. Fala-se dos prejuízos do tabagismo e muito pouco do álcool que, muitas vezes, é até mais prejudicial. O fumante prejudica a própria saúde, mas o alcoólatra envolve também os familiares. O álcool é prejudicial para a memória e o seu uso crônico causa danos irreversíveis ao cérebro”, lembra o neurologista Rodrigo Schultz.
Texto Juliana Mesquita e Paola Patriarca/Colaboradoras
Consultoria Rodrigo Schultz, neurologista