O economista referência em finanças pessoais e professor da Fundação Getulio Vargas (FGV) Samy Dana explica quais são as primeiras etapas para sair da dívida e quais gastos podem ser cortados para quitá-la. Confira!
Qual o primeiro passo para sair de uma dívida?
“Primeiro, ver se a taxa de juros é razoável. Se não, você pode fazer a portabilidade de crédito e trocar a dívida cara por uma mais barata. Você faz um empréstimo mais barato e fica devendo menos. A pessoa tem que tentar negociar. Às vezes, é melhor quitar o cartão de crédito e ficar devendo em consignado do que tentar renegociar o cartão. Mas valem as tentativas. Aí, você vai tentar estipular uma parcela que cabe no seu orçamento e ir cumprindo. É preciso que o valor seja razoável e possível de ser economizado.”
E o que levar em conta na hora de fazer o empréstimo?
“Ver o prazo, pois deve ser o menor possível. Às vezes, é melhor uma taxa mais alta por pouco tempo do que uma taxa um pouquinho mais baixa, mas por muito tempo.”
Quais gastos do orçamento podem ser reduzidos ou até cortados para ajudar a poupar e quitar a dívida?
“Quando você vê que a situação não está melhorando, é viável abaixar o seu padrão de vida. Ir morar em um lugar mais barato, vender o carro, colocar os filhos em uma escola mais barata, se for privada. Ninguém consegue viver sem supérfluo nenhum. É igual uma dieta: você pode ficar sem carboidrato, sem sal, sem açúcar, sem glúten por um tempo, mas pra vida toda é muito difícil.”
Levando em conta todos os erros cometidos por quem tem dívidas, quais os principais?
“Eu acho que é não encarar a dívida. Mas também adquirir outra, tentar quitá-la e não conseguir; aí você faz uma dívida da primeira dívida. E deixar as coisas como: ‘ah, uma hora eu vou ver’. É igual fazer uma dieta: a pessoa que está engordando e não quer subir na balança. Então, encarar a dívida seria subir na balança e começar o regime.”
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Texto e entrevista: Natália Negretti