Quando o bebê nasce, muitas mães acham que vão ficar carecas, e não é pelo excesso de trabalho e noites mal dormidas. A mudança elevada e repentina nos níveis hormonais após o nascimento do bebê desencadeia a queda acentuada dos fios, que assusta até as mais prevenidas. “Algumas estatísticas indicam que 20% das mães perdem cabelo três meses após o parto e outros apontam um número superior, perto dos 45%”, aponta a dermatologista especializada em cabelos Inaê Cavalcanti.
Mudanças naturais
Durante a gestação, os hormônios placentários chegam a deixar os cabelos mais bonitos e volumosos, além disso, fazem com que a queda natural diminua, pois os folículos capilares ficam mais tempo na fase de repouso (telógena), que antecede à queda. No entanto, a interrupção desses hormônios no pós-parto faz com que muitos fios que deveriam permanecer na fase de crescimento (fase anágena) entram ao mesmo tempo e antecipadamente na fase de queda (telógena).
“No parto, a placenta se desprende e abruptamente surge a modificação hormonal. Apesar deste evento se iniciar imediatamente após o nascimento, a queda de cabelos se torna visível cerca de quatro meses depois, mostrando a modificação do ciclo do cabelo”, destaca a dermatologista Susy Rabello.
Quando vira um problema
A queda acentuada pode causar transtorno às recém-mães, que encontram os fios no travesseiro, na roupa, pela chão da casa e principalmente no banheiro, após escovar ou lavar as madeixas, mas não há remédio contra este mal a não ser esperar que o ciclo capilar volte à fase de crescimento. “Felizmente, na maioria dos casos o cabelo volta ao normal ao fim de nove a doze meses após o nascimento do filho”, ressalta Inaê. Segundo o tricologista Valcinir Bedin, existem suplementos proteicos vitamínicos que ajudam esse efeito a durar menos e pode ser receitado pelo cirurgião-obstetra.
Além disso, especialistas afirmam que outros fatores, como estresse, anestesia (no caso de cesárias), cirurgias e mudanças rápidas do peso corporal também podem provocar queda de cabelo, pelo mesmo mecanismo. E uma recém-mãe pode passar por tudo isso ao mesmo tempo. No entanto, se o cabelo continuar caindo bastante cerca de seis meses depois do parto, fale com o ginecologista ou procure um dermatologista, pois a queda pode ser consequência de vários problemas de saúde. Também vale ressaltar que a queda normal de cabelo no pós-parto é homogênea, ou seja, jamais em tufos e não se abrem “buracos” no couro cabeludo, portanto, procure um especialista quando este for o caso.
O que fazer?
Para amenizar o incômodo e a sensação ruim que a queda de cabelo deixa, confira as dicas abaixo:
- Reduza a frequência da lavagem e deixe o cabelo secar naturalmente, assim uma menor quantidade de fios caem de uma só vez;
- Por outro lado, se prefere que a queda aconteça de forma controlada – e não em situações públicas e de trabalho, por exemplo – aposte em lavar e escovar bem o cabelo em casa ou em algum momento do dia (ao acordar, por exemplo);
- Assim que os fios novos começam a crescer, eles podem surgir perto da testa e ficar espetados. Neste caso, usar uma franja ajuda a disfarçar;
- Se a falta de volume, para quem se acostumou com a fartura do cabelo durante a gestação, for um problema, alguns tipos de corte amenizam essa sensação e dão movimento aos fios. Converse com o seu cabeleireiro e aproveite para mudar o visual.
Texto: Redação Alto Astral
Consultoria: Inaê Cavalcanti Marcondes Machado e Valcinir Bedin, dermatologistas
LEIA TAMBÉM:
- Quimioterapia: saiba como driblar a queda dos fios
- Queda dos fios: conheça as causas e saiba até quando é normal
- Cansaço: confira as doenças que se escondem por trás dele