A cirurgia bariátrica e metabólica, também conhecida como redução de estômago ou cirurgia da obesidade, é uma técnica utilizada em diversos países para tratar o excesso de peso e doenças associadas a este fator. O que muitos não sabem é que para realizar um procedimento tão importante, é preciso estar em um estágio avançado de obesidade. O cirurgião e diretor do Instituto Mineiro de Obesidade René Berindoague aponta em qual caso a operação é indicada:
+ É preciso ter o índice de massa corporal (IMC) maior do que 40, que é classificado como obesidade mórbida. “Caso estiver entre 35 e 40, é permitido fazer a cirurgia se a obesidade estiver implicando em outras questões como diabetes”, aponta o cirurgião.
Mas o IMC não é o único critério de avaliação. “O obeso passa por uma consulta multidisciplinar na qual diversos especialistas avaliam o estado de saúde do paciente”, ressalta René. Todo o histórico médico é analisado por um cirurgião, um endocrinologista, um cardiologista, um psicoterapeuta e um nutricionista. Essa bateria de consultas é necessária para detectar qualquer tipo de restrição, como:
+ Alergia ou rejeição à anestesia geral;
+ Limitação intelectual para dar continuidade ao tratamento pós-cirúrgico;
+ Alcoolismo, uso de drogas ou tabagismo;
+ Doenças genéticas que causam a obesidade.
As técnicas da cirurgia
Segundo a Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica, as operações podem ser realizadas de quatro formas diferentes:
+ Gastroplastia com desvio intestinal em “Y de Roux”. Nesta modalidade, parte do estômago é grampeado para diminuir o espaço livre para os alimentos.
+ Banda gástrica ajustável. Um anel de silicone inflável e ajustável é instalado ao redor do estômago para apertar mais ou menos o órgão, tornando possível controlar seu esvaziamento;
+ Gastrectomia vertical. Neste procedimento, o estômago é transformado em um tubo, com capacidade de 80 a 100 mililitros (ml).
+ Duodenal Switch. Nessa cirurgia, 85% do estômago é retirado, porém a anatomia básica do órgão e sua fisiologia de esvaziamento são mantidas.
Recuperação e riscos
O tempo de recuperação vai variar dependendo do caso. “Depende da modalidade da cirurgia e da reação do organismo do paciente”, menciona René. Existem técnicas que liberam o paciente em 48 horas e outras que demoram 30 dias. Um fator destacado pelo cirurgião é o risco que o obeso corre ao realizar um procedimento desses. Segundo o médico, a taxa de mortalidade é de 0,1% e a de complicações cirúrgicas está entre 6 e 10%. Por isso, é indispensável consultar um especialista!
Consultoria
René Berindoague, cirurgião geral especializado em aparelho digestivo e diretor do Instituto Mineiro de Obesidade