“Cobre de um lado e descobre de outro”, já dizia o ditado. Seria possível um remédio causar outras doenças? Ao que tudo indica, sim. Estudos realizados por uma universidade da Inglaterra apresentaram relação entre o consumo excessivo de anti-depressivos e o aumento na incidência de diabetes do tipo 2. Além destes, medicamentos como os da classe dos anti-hipertensivos também são acusados de serem responsáveis pelo desenvolvimento de câncer no usuário. Os bloqueadores de canais de cálcio, utilizados muito por mulheres na menopausa, por exemplo, já foram apontados como os fármacos com maiores chances de contribuir para o aparecimento do câncer de mama.
A culpa não é só deles
Apesar das suspeitas e acusações contra tais medicamentos, Claudia Becker e Maria Tereza Santos Araujo, professoras de Farmácia da Universidade Anhembi Morumbi, salientam que é necessário ter cuidado com tais afirmações. “É necessário cautela, pois há outros fatores que devem ser levados em consideração ao afirmarmos que um determinado tipo de medicamento aumenta as chances de desenvolvimento de um câncer”. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer “José Alencar Gomes da Silva” (INCA), a Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (Iarc) categoriza 23 medicamentos (ou combinações de agentes) como carcinogênicos para humanos, do Grupo 1. “Dezoito desses medicamentos são antineoplásicos, imunossupressores e hormônios. Sempre que um medicamento utilizado para condições menos graves do que o câncer tem o potencial carcinogênico suspeito ou comprovado, é avaliada sua retirada do mercado ou sua utilização restrita”, afirma a página do INCA.
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Texto: Ana Beatriz Garcia Edição: João Paulo Fernandes