A dificuldade em diagnosticar a síndrome de Münchausen impossibilita o levantamento de um número exato de pessoas acometidas. No entanto, algumas histórias têm vindo à tona e surpreendendo muita gente.
Foi o que aconteceu recentemente em um caso que virou notícia policial nos Estados Unidos, em 2015. Dee Dee era uma mulher solteira e simpática que vivia com sua filha doente Gypsy, em Springfield, no estado de Missouri. Elas eram queridas pelos vizinhos que sempre as ajudavam com favores e doações, já que mãe e filha dependiam do auxílio do governo para viver. O grave estado de doença de Gypsy impossibilitava que Dee Dee trabalhasse, se dedicando a vida toda à filha.
Dependente de uma cadeira de rodas, com a saúde frágil que não a permitia nem conservar cabelos, Gypsy vivia presa a tubos de oxigênio e alimentação. Seu histórico médico era longo e complicado com diversos problemas de saúde, como epilepsia, distrofia muscular e asma severa.
Dee Dee afirmava que o pai de Gypsy a havia abandonado e as dificuldades financeiras é o que as faziam mudar constantemente de cidade e depender de caridade, como a construção da própria casa (feita por uma ONG) e até uma viagem a Disney.
Toda uma história triste que Dee Dee criou e sustentou por mais de 20 anos por trás de um caso de síndrome de Münchausen por procuração – tempo em que Gypsy sofreu os mais diversos tipos de abuso físico e psicológico. Não foram somente as peculiaridades dessa história que chocou as pessoas, mas também seu final trágico.
Com ajuda de um namorado que conheceu pela internet, Gypsy assassinou a mãe e postou no Facebook que ela estava morta – o que levou a polícia a encontrar o corpo e os assassinos. A garota está presa, mas deverá receber liberdade condicional em 2023.
LEIA TAMBÉM
- Síndrome de Münchausen não tem causa específica; conheça os sintomas
- Síndrome de Münchausen também pode afetar terceiros. Entenda!
Texto e entrevistas: Natália Negretti – Edição: Augusto Biason/Colaborador