Neurocientistas, psicólogos e pedagogos sempre frisaram a importância dos primeiros anos de vida para o desenvolvimento de uma mente saudável, tanto intelectualmente quanto emocionalmente. Os estímulos fornecidos dentro de casa, pela família, e fora dela, graças a uma educação de qualidade, contam muitos pontos a favor. Sendo assim, para uma criança, fatores como viver em condições de pobreza acaba pesando negativamente para a formação do cérebro – a própria carência de nutrientes decorrente de uma alimentação deficiente funciona como um obstáculo para o crescimento dos neurônios.
Fatores que mais podem interferir no desenvolvimento infantil
“Crescer rodeado de cultura, educação e acesso a bens e serviços torna a pessoa realmente um sujeito, cidadão, capaz de viver em sociedade com plenitude. Basta comparar as condições de vida e expectativas de futuro de crianças de classe baixa e de classe média. Os sonhos, olhares e perspectivas são bastante diferentes”, ressalta a pedagoga Marília Freitas Rossi.
O Relatório de Desenvolvimento Humano 2014, elaborado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) estima que 1,5 bilhão de trabalhadores (metade da força de trabalho mundial) ocupa postos de trabalho informais – sem sistema previdenciário nem seguro-desemprego – ou precários. Sendo assim, colocar comida no prato também pode resultar em menos tempo em casa dando atenção aos filhos – ou seja, outro dos fatores que atrapalham o desenvolvimento infantil.
As análises do estudo de Martha Farah, por sinal, mostraram que os cuidados dos pais têm efeitos diferentes sobre as crianças. Aquelas que vivem em ambientes intelectualmente estimulantes (o que seria mais provável no caso de pais com maior nível de escolaridade) tendem a apresentar maior desenvolvimento da fala, mas não necessariamente da memória. Já o inverso acontece diante de pais que, com seus gestos, promovem sensações como amor e segurança.
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Texto: Marcelo Ricciardi/Colaborador – Edição: Victor Santos
Consultoria: Marília Freitas Rossi, pedagoga