Na última semana, o relato de uma viagem de avião da família Colker comoveu milhares de internautas. Ao tentar embarcar em Salvador com destino ao Rio de Janeiro, Clara Colker e seu filho de 3 anos foram alvos de preconceito e discriminação por parte dos funcionários empresa aérea em que viajavam. O pequeno possui uma doença genética chamada epidermólise bolhosa, o que lhe causa feridas na pele. A doença é rara e pouco conhecida, por isso, conversamos com a dermatologista Natalia Cymrot, que esclareceu as principais dúvidas. Confira!
A epidermólise bolhosa é uma doença genética que pode atingir tanto crianças, como jovens e adultos. Sua maior característica é a fragilidade da pele e o aparecimento de bolhas e feridas, que são decorrentes do descolamento das camadas da pele após algum tipo de trauma, pressão ou atrito. Por isso, as áreas de dobras e extremidades costumam ser as mais sensíveis, assim como os lábios e a região perto dos olhos.
Segundo a dermatologista, a doença se apresenta em três tipos: simples, distrófica e juncional. Na primeira, as bolhas costumam ser bem dolorosas, mas a cicatrização tende a ser completa. Na segunda, as feridas surgem espalhadas e podem deixar cicatrizes. Já na terceira, os traumas podem atingir o esôfago, o estômago e o intestino, fazendo com que o paciente tenha lesões internas e não consiga se alimentar direito.
A cura para a EB ainda não foi descoberta, mas alguns tratamentos podem suavizar os sintomas e diminuir o desconforto. “O tratamento é paliativo e envolve cuidados preventivos para que as bolhas não apareçam. Mas a partir do momento em que elas surgem, é preciso cuidar com curativos, cremes cicatrizantes e antibióticos”, explica Natalia. O que é importante frisar é que, apesar da gravidade, a epidermólise bolhosa não é contagiosa e não impede que os portadores vivam normalmente.