Diante do diagnóstico da depressão, uma das questões que mais perturba a mente é “por que isso aconteceu?”. Essa reflexão passa pela cabeça da pessoa que está convivendo com o transtorno, daqueles que estão ao seu redor (tentando, ou não, ajudar) e também do profissional de saúde mental. Isso porque a identificação das causas propicia a informação necessária para que o distúrbio seja tratado e até mesmo estudado.
“O entendimento dos desencadeadores do quadro depressivo favorece o desenvolvimento de novas pesquisas que poderão servir como instrumentos para o diagnóstico precoce, a escolha terapêutica adequada e a revisão dos caminhos para valorizar os momentos da vida”, destaca a professora de neuroanatomia e neurobiologia Marta Relvas.
É fato que existem diversos fatores capazes de causar a depressão, que se desenvolve de maneira distinta em cada indivíduo. No entanto, os especialistas acreditam que a combinação de fatores genéticos e ambientais está por trás da maioria dos casos.
Química do corpo
De acordo com Marta Relvas, uma das causas que também pode ser considerada como causadora da depressão é a alteração no sistema monoaminérgico, que tem como alvos neurotransmissores conhecidos como noradrenalina, serotonina e dopamina. A profissional explica que as principais ideias atuais são de que o aumento de concentração de monoaminas cause mudanças adaptativas em neurônios-alvo.
“Uma das teorias é que essas mudanças ocorrem por alteração de vias de sinalização intracelular, levando a fosforilação de proteínas e alterações de expressão gênica. Evidências sugerem que vias de sinalização intracelular representam papéis fundamentais na disfunção de múltiplos sistemas de neurotransmissores e processos fisiológicos no transtorno depressivo”, finaliza.
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Consultorias: Graziela Vanni, psicóloga e coach; Marta Relvas, professora de neurobiologia e neuroanatomia.
Texto: Érika Alfaro/Colaboradora – Entrevistas: Victor Santos e Giovane Rocha/Colaborador – Edição: Augusto Biason/Colaborador