Quando o Alzheimer é diagnosticado, várias mudanças precisam acontecer na vida do portador, já que, com o tempo, as memórias e o corpo começarão a falhar e, nessa hora, é preciso saber como ajudá-lo. Na maioria dos casos, um membro da família é quem se predispõe para cuidar do doente, no entanto, existem algumas exceções nas quais os entes queridos preferem contratar um profissional especializado para ajudar com as necessidades que o idoso possa ter. “É muito sofrido para o filho adulto cuidar de seus pais, e alguns não têm a capacidade emocional para fazer isso. É muito comum que uma filha não consiga fazer a higiene íntima do pai ou um filho a da mãe. É difícil para eles e para o doente quando ainda tem alguma lucidez”, destaca Eduardo Chvaicer, administrador de uma franquia da Right at Home. Tendo isso em vista, optar por um cuidador pode ser a melhor saída tanto para o bem do idoso quanto o da família.
A profissão
Apesar de haver alguns projetos em andamento, a profissão de cuidador de um portador de Alzheimer é reconhecida pelo Ministério do Trabalho, porém, não é regulamentada. “O que está mais adiantado é o Projeto de Lei 4702/12, do Senado, que regulamenta a profissão de cuidador de idoso. Pelo texto, poderá exercer a profissão o maior de 18 anos com ensino fundamental completo que tenha concluído um curso de formação de cuidador de pessoa idosa”, esclarece Eduardo. O único empecilho do projeto é que ele não determina nada sobre a formação, como conteúdo ou carga horária.
O papel de um cuidador
O cuidador é muito mais que um profissional na vida do idoso, pois, além de cuidar das suas necessidades básicas como alimentação e higiene, ele passa a ser como um membro da família para o doente, tornando-se um intermediário entre ele e o mundo. “O cuidador será a companhia para conversas, atividades de socialização, atividades cognitivas, ajuda com a alimentação, banho, higiene e tudo mais. É importante notar que quando falamos em cuidador, não estamos nos referindo apenas ao profissional”, frisa Eduardo. A tarefa do cuidador pode chegar a ser extremamente desgastante, física e emocionalmente, no entanto, a sua recompensa vai bem além da salarial, já que ele pode enxergar por meio do seu trabalho o bem que está proporcionando ao idoso.
Na hora de escolher
Apesar da profissão não estar regulamentada, não significa que qualquer pessoa esteja habilitada para cuidar de tudo o que o idoso necessitará com o avanço da doença. Desta forma, é primordial fazer uma escolha minuciosa desse profissional. “É fundamental conhecer os antecedentes, a formação e a experiência do profissional. Não se pode esquecer de que essa pessoa estará trabalhando dentro da residência e, por isso, deve-se ter muita atenção quanto às questões trabalhistas”, avisa Chvaicer. Por ser um trabalho doméstico, quem contrata deve seguir todas as determinações constitucionais, como a carteira assinada e todos os benefícios inclusos, de acordo com a categoria.
A função da família
Até aqui foi possível notar que o cuidador exerce um papel fundamental na rotina do portador de Alzheimer. Entretanto, para que o idoso possa ter uma vida com qualidade após a descoberta da doença, também é papel da família ampará-lo em todos os aspectos, já que, além de ter as suas necessidades básicas supridas, o doente necessitará do carinho dos seus entes queridos. Dedicar algum tempo para ele, estimulando-o a conversar, demonstrar afeto e participar ativamente da vida do portador de Alzheimer pode fazer toda a diferença no tratamento.
Texto: Redação Alto Astral
Consultoria: Eduardo Chvaicer, administrador de uma franquia da Right at Home
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