A obesidade é uma doença crônica e que pode levar a outras doenças, como diabetes tipo 2 e problemas cardiovasculares. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 1 bilhão de adultos está acima do peso e cerca de 2,6 bilhões de pessoas morrem em decorrência dos fatores associados ao quadro de sobrepeso. E nem sempre mudanças comportamentais são suficientes para tratar o problema.
Por isso, em casos selecionados, os remédios inibidores de apetite são opções facilitadoras do emagrecimento. “O Brasil é um dos países com maior índice de consumo de anorexiantes (qualquer medicamento que iniba o apetite e traga sensação de saciedade). A principal preocupação desta regulamentação mais rígida é a segurança e, a seguir, a eficácia real destes compostos”, destaca a psiquiatra Julieta Guevara. Confira quais são autorizados pela Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa) e quais as principais recomendações de especialistas.
Os medicamentos podem ser divididos em 3 tipos
– anorexígenos
- Principais representantes: Anfepramona, Mazidol e Femproporex.
“De acordo com a resolução da Anvisa, as empresas e as farmácias de manipulação interessadas em comercializar os medicamentos anorexígenos contendo anfepramona, o femproporex e o mazindol deverão requerer novo registro junto à Anvisa”, aponta a nutróloga Alice Amaral.
Atuam inibindo o apetite, porém podem ser gatilho para transtornos de humor e ansiedade. Porém, atenção: “todos os medicamentos utilizados para tratar o excesso de peso só devem ser usados com receita médica”, destaca Cristiano Túlio Maciel Albuquerque, professor do Curso de Pós-graduação em Endocrinologia da faculdade IPEMED.
– ansiolíticos
- Principais representantes: Cloridrato de Fluoxetina, Bupropiona e Topiramato.
Agem diretamente no cérebro estimulando os mecanismos que equilibram a tensão e a ansiedade. “O efeito desses medicamentos está diretamente relacionado com os neurotransmissores do Sistema Límbico, conhecidos como gabaminérgicos.
Esses neurotransmissores têm a função de inibir e atenuar as reações responsáveis pela ansiedade”, indica Alice. Entre os fatores de risco estão de depressão, alterações psicomotoras, insônia, erupções de pele e convulsões.
– sacietógenos
- Principal representante: Sibutramina.
Atua no sistema nervoso, em dois neurotransmissores específicos (a noradrenalina e a serotonina), causando sensação de saciedade no organismo por um tempo maior que o habitual.
É contraindicada para cardiopatas, pacientes com hipertensão não controlada, pacientes com doença psiquiátrica não controlada.
Medicamentos fitoterápicos
Elas podem ajudar no tratamento de obesidade e serem recomendados para quem deseja manter o peso. Mas, os especialistas ressaltam: devem ser ingeridos apenas com recomendação médica ou nutricional e quantidade diária personalizada, ok?
Cápsulas de:
- Gengibre: além de serem termogênicas – ou seja, que contribuem para estímulo do metabolismo – auxiliam na digestão e evitam o estufamento abdominal;
- Spirulina: são compostas por uma alga rica em proteína, gerando sensação de saciedade;
- Agar-agar: a alga que dá nome ao suplemento é insolúvel, o que leva a formação de um gel no intestino, prolongando a sensação de saciedade;
- Garcinia Cambogia: age inibindo o armazenamento de gorduras e direcionando os carboidratos para formação do glicogênio (açúcar) a outro destino. “Consequentemente, reduz o acúmulo de gorduras no tecido adiposo e a vontade de comer doces”, aponta Alice.
Tome nota
A resposta de cada indivíduo aos medicamentos varia, dessa forma, é sempre necessário acompanhamento médico, seja para receitar e suspender os remédios de acordo com a resposta de cada paciente.
“Para prescrever essas medicações, o médico deve, além da receita, entregar ao paciente um Termo de Responsabilidade que deve conter três vias e deve ser assinado pelo médico, pelo paciente e pelo farmacêutico”, sinaliza Alice Amaral.
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Consultoria Alice Amaral, médica especialista em Nutrologia e Medicina do Exercício e Esporte pela Associação Médica Brasileira, Associação Brasileira de Nutrologia e Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte; Cristiano Túlio Maciel Albuquerque, professor do Curso de Pós-graduação em Endocrinologia da faculdade IPEMED de Ciências Médicas; Julieta Guevara, psiquiatra; Marcio Mancini, vice-presidente do Departamento de Obesidade da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM)