A identificação do estado depressivo é feita baseada nos relatos dos sintomas por parte dos pacientes. Um dos métodos utilizados é a partir da aplicação de questionários, como os recomendados pelas organizações americanas. Nos Estados Unidos, inclusive, há modelos padronizados, que podem ser aplicados inicialmente por médicos de assistência básica (veja um exemplo abaixo).
Já no Brasil, esses questionários, traduzidos do inglês, também são utilizados, mas apenas quando há uma suspeita inicial ou como acompanhamento de pesquisas científicas. Por aqui, o diagnóstico completo é realizado por um profissional de qualquer área durante uma consulta médica.
“O médico deve encaminhar para o psiquiatra, que é o especialista indicado para tratar doenças emocionais e mentais”, explica a psiquiatra Maria Cristina de Stefano. A partir disso, a pessoa deprimida passa a relatar as ocorrências relacionadas à doença. “Ela informa ao psiquiatra quais são seus sentimentos, pensamentos, sofrimentos emocionais, desde quando começou a se sentir assim, se já sofreu outros episódios e outras informações que possam ajudar no melhor diagnóstico e, consequentemente, no melhor tratamento”, completa.
Sintomas
A mais nova versão do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM- 5), o principal guia para profissionais da área da saúde mental, possui critérios utilizados para o diagnóstico e classificação dos estados depressivos.
Para o reconhecimento da depressão, o paciente precisa ter experimentado cinco ou mais dos seguintes sintomas por, pelo menos, duas semanas. Além disso, necessariamente, ao menos uma das manifestações 1 e 2 deverá estar presente:
- Humor deprimido e desesperança na maioria dos dias;
- Perda de interesse ou prazer em atividades, na maior parte dos dias, que antes eram prazerosas.
- Acentuada perda ou ganho de peso ou de apetite;
- Insônia ou sonolência excessiva;
- Agitação ou retardo psicomotor observáveis por outros;
- Cansaço e falta de energia para realizar as tarefas mais básicas;
- Excessivo sentimento de culpa e inutilidade;
- Dificuldade de concentração, de pensar e de tomar decisões;
- Recorrentes pensamentos suicidas e de morte.
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Consultoria: Maria Cristina de Stefano, médica psiquiatra.
Texto e edição: Augusto Biason/Colaborador – Entrevista: Ricardo Piccinato