Muitas pesquisas já foram feitas para investigar o efeito da segunda bebida mais consumida pelos brasileiros – perde apenas para a água – no organismo. Os resultados mostraram que ela pode atuar na prevenção de diversas doenças, além da sua ação estimulante, que ajuda na melhora da concentração e da atenção. Mas, quando o assunto é coração, surgem algumas dúvidas. Por isso, esclarecemos pontos importantes para você entender as consequências cardiovasculares que o café pode ter.
O grão do bem
Apesar de tanta popularidade, muitas pessoas ainda têm receio de tomar café por causa dos rumores que o cercam. A professora de Medicina da Universidade Anhembi Morumbi (SP), Silvana Vertematti, explica que a bebida não causa insuficiência cardíaca, distúrbio que impede o coração de bombear a quantidade de sangue necessária para o resto do corpo. “Em estudo publicado na Circulation, uma revista de grande reconhecimento científico nos Estados Unidos, o consumo de quatro xícaras de café por dia diminuiu em até 11% as chances de sofrer insuficiência cardíaca”, ressalta a profissional.
A nutricionista da Apetit Serviços de Alimentação, Gisele Venturoso, também esclarece que há trabalhos relacionando o consumo de cafeína à proteção contra diabetes e hipertensão – dois fatores associados à disfunção cardíaca. Ela conclui que evitar esses dois problemas já seria um grande avanço para se diminuir as chances de a doença progredir.
De olho no preparo!
A diferença entre o papel de vilão e o de mocinho que o café pode desempenhar está na maneira com a qual ele é feito. O consumo dessa bebida nas versões expresso, italiano ou turco pode ser um fator que contribui para o aumento do colesterol, enquanto o coado, além de auxiliar na prevenção de doenças cardíacas, também traz benefícios para quem já as possui. Isso acontece porque, quando a bebida é coada, ela passa por um filtro que retém elementos gordurosos.
Outro aspecto a ser levado em conta é que quanto menos torrado o grão estiver, mais benefícios ele vai trazer para a saúde. Uma pesquisa conduzida pelo Instituto do Coração (Incor) do Hospital das Clínicas e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) comprovou a ação do café. Dois grupos de pacientes foram testados, um deles era formado por pessoas que já possuíam doenças coronarianas e o outro era composto por indivíduos saudáveis.
Bebendo de três a quatro xícaras pequenas diariamente, a pesquisa apontou que nem a pressão arterial e nem os índices de colesterol foram afetados. Além disso, a tolerância dos pacientes aos exercícios físicos foi reforçada.
Café é o novo vinho
O efeito positivo do vinho nas artérias, por causa de uma substância chamada polifenóis, já é muito conhecido. Por isso, existe quem compare a bebida do deus Baco com o café. De acordo com cientistas da Faculdade de Medicina Jikei, em Tóquio, que pesquisaram o assunto, o café possui ácidos fenólicos (o cafeico e o ferúlico), agentes que contribuem para o retorno do colesterol para o fígado – o que aumenta o colesterol bom. Além disso, as substâncias antioxidantes que protegem o coração também auxiliam a circulação, evitando o envelhecimento das artérias, que ocorre por causa dos radicais livres de oxigênio.
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Consultoria: Gisele Venturoso, nutricionista da Apetit Serviços de Alimentação; Silvana Vertematti, professora de Medicina da Universidade Anhembi Morumbi (SP)
Texto: Redação Alto Astral