Certamente uma guerra das guerras mais conhecidas da Antiguidade é a de Troia. O envolvimento de deuses e os feitos heroicos de personagens lendários situam o conflito na mitologia. Mas isso não impediu que aventureiros e cientistas fossem em busca da Troia histórica, o que levou a importantes descobertas.
Ruínas de Troia
O sítio arqueológico da cidade foi localizado na região noroeste da atual Turquia, no final do século 18. No entanto, sua exploração a fundo se deu apenas na segunda metade dos anos de 1800 e, desde então, o que se descobriu foram diversas cidades sobrepostas que existiram entre os séculos 4 a.C. e o quarto da era atual.
Já foram identificadas pelo menos nove Troias, construídas umas sobre as ruínas das outras. Entre elas, a chamada Troia VI teria sido destruída pelo fogo em cerca de 1200 a.C., por isso, acredita-se tratar-se da mítica cidade de Homero.
Descobertas e destruição
O primeiro passo para a ciência localizar as ruínas de Tróia partiu de um estudo interdisciplinar do geógrafo escocês Charles MacLaren, que uniu a literatura homérica a pesquisas topográficas e concluiu que a lendária cidade devia estar próxima da colina de Hisalirk. Publicado em 1822, com o título The Plain Of Troy Described, o trabalho não teve grande repercussão na época, mas chamou a atenção do arqueólogo inglês Frank Calvert que iniciou as buscas no local indicado por MacLaren e descobriu vestígios de cerâmicas que indicavam ter realmente havido ocupação humana naquela região.
Convencido pelas evidências apresentadas por aqueles trabalhos, o milionário alemão Heinrich Schliemann decidiu fazer as primeiras escavações profundas em busca das ruínas e confirmou as teorias. Apesar de ter o crédito da descoberta, Schliemann é acusado de ter promovido uma grande destruição no sítio, especialmente após descobrir tesouros, inclusive joias que acreditava terem pertencido à própria Helena e que ele deu de presente para sua esposa. Os métodos usados por ele, que chegou a dinamitar algumas partes da escavação, provocaram estragos que até hoje dificultam o trabalho de arqueólogos mais sérios e menos ambiciosos.