Roberto Justus revelou à imprensa que sua filha Rafaella teve estenose crânio-facial, uma má formação dos ossos da face e do crânio. A estenose crânio-facial é uma condição que afeta uma entre cada duas mil crianças nascidas vivas. O cirurgião-plástico Maurício Yoshida, que atua na área craniofacial do Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais da Universidade de São Paulo, falou ao Papo Feminino sobre a estenose crânio-facial:
O que é estenose crânio-facial?
De acordo com o médico, a estenose crânio-facial, ou cranioestenose, é uma condição clínica que surge de uma fusão prematura de uma ou mais suturas cranianas, tipos de ligações que unem os ossos da cabeça: “Essa condição pode ocorrer em associação com mais de 130 diferentes síndromes, como a de Crouzon e de Apert, embora a maioria seja não-sindrômica. Porém, isso não quer dizer que não exista um componente genético associado”. Ele também explica como identificar uma criança com cranioestenose: “Os achados físicos podem incluir alterações da forma do crânio, associadas a uma diminuição do desenvolvimento do terço médio da face, região localizada logo abaixo dos olhos e entre as maçãs do rosto e o nariz”. As principais características são o formato do crânio alongado e olhos rasos, sem profundidade no côncavo.
É um problema grave?
O problema pode ser estético ou neurológico – cada caso tem uma complexidade diferente. A cirurgia será necessária dependendo da repercussão da estenose craniofacial. “A evolução clínica associada ao aumento da pressão intracraniana indica a necessidade de tratamento cirúrgico precoce. Já o tratamento cirúrgico para fins estéticos pode ser realizado mais tarde, em qualquer idade”, afirma o cirurgião.
Benefícios da cirurgia
De acordo com Maurício Yoshida, a cirurgia pode ser feita tanto para fins estéticos como para fornecer um volume intracraniano que crie um desenvolvimento cerebral adequado. As crianças com cranioestenose devem fazer a cirurgia antes dos seis meses de idade para evitar complicações. Durante o procedimento, os médicos abrem as suturas e remontam os ossos da cabeça e da face.
Consultoria: Maurício Yoshida, cirurgião-plástico que atua na área craniofacial do Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais da Universidade de São Paulo (HRAC-USP/ Centrinho).