A nova novela das sete, Geração Brasil, conta com grandes nomes no elenco e promete ser uma trama cheia de ação, romance e muita tecnologia. Renata Sorrah é um dos destaques e novamente será uma vilã. Ela interpretará Gláucia, a mãe do jovem empresário Jonas Marra (Murilo Benício). Gláucia é uma mulher ambiciosa e que guarda muito rancor do filho, que fugiu para os Estados Unidos e nunca mais procurou a família. A nova vilã das sete promete ser divertida e ao mesmo tempo aprontar poucas e boas para se dar bem à custa de Jonas. Renata Sorrah diz estar se divertindo muito com a personagem e contou como lida com a tecnologia, tema principal da novela, no seu dia a dia. Confira a entrevista completa!
A vilã Gláucia e a família Marra/Foto: Divulgação/TV Globo
GTV: Geração Brasil aborda a questão da tecnologia, algo tão presente nos dias de hoje. Como você vê essa questão do cotidiano girar em torno da internet?
Renata: “A novela está super bem escrita e traz uma ideia maravilhosa que é falar sobre tecnologia, de como ela pode ser libertadora, isso se usada bem porque se usada mal eu acho estranho demais. Mas bem utilizada, a internet é uma maravilha. Ela libertou as pessoas, deu acesso ao conhecimento, o poder sobre tudo e isso qualquer pessoa pode fazer. O conhecimento não ficou restrito a qualquer pessoa. Agora está em todo mundo, é maravilhosa.”
GTV: Como você usa a ferramenta da internet no seu dia a dia? Faz muitas pesquisas e mantém contato com os amigos através de e-mails, aplicativos, entre outros?
Renata: “Não sou uma pessoa muito antenada com o mundo da tecnologia, mas eu tenho em casa o meu computador. Hoje em dia tudo o que você faz tem que ter o computador. São os e-mails que a gente recebe, as pesquisas no Google, mas não sou fissurada tendo a minha vida inteira ali me relacionando na internet. Eu prefiro ficar aqui conversando com você perguntar: e sua vida como está? E você me responder, num contato real. Isso é maravilhoso! Mas claro que eu tenho aplicativos no celular como o Whatsapp. Mas eu continuo achando que é imperdível ter uma conversa a o vivo com a pessoa.”
Divulgação/TV Globo
GTV: Você acha que os jovens hoje estão se relacionando mais de forma virtual e esquecendo um pouco desse contato humano, real, com as pessoas?
Renata: “Eu acho, mas acredito que um a hora isso vai se equilibrar. Um dia alguém me contou uma história que foi assim: ‘ai fulano é tão minha amiga, eu adoro conversar com ela, mas nunca ouvi a voz dela’. Isso porque elas são amigas somente no virtual. Aí eu falo: meu Deus, que pena ser assim… Espero que a gente não vire essa coisa robô, mecânica de internet, que a gente não perca o contato real. Espero que isso aconteça, verdadeiramente. O teatro é um bom exemplo e bem moderno dentro desse contexto.”
GTV: Mas como assim?
Renata: “Desde que teatro é teatro, as pessoas dizem que ele vai morrer, mas nunca acabou. Ele é uma das coias mais modernas que tem. Se for parar para pensar, é um lugar em que você vai, assiste uma pessoa na sua frente, generosamente te oferece tudo o que tem de melhor, sem nenhuma máquina no meio. E isso é um luxo.”
GTV: Por falar em teatro, você tem planos de voltar aos palcos com alguma peça ainda este ano?
Renata: “Eu vou começar fazer uma peça com um grupo que eu trabalhei em Curitiba, que é a Companhia Brasileira de Teatro. Nós vamos fazer uma peça israelense, chamada Krum, que é genial. A peça eu irei fazer assim que acabar a novela, aí começo a ensaiar.”
GTV: Saramandaia foi seu último trabalho na TV, antes de Geração Brasil. Gostou de participar de um trabalho com menos tempo no ar?
Renata: “Foi ótimo e menor é bom. Para mim tanto faz… Se a novela é boa, ela segura 150 capítulos.”
GTV: Você é uma atriz premiada, com vários sucessos na TV, no teatro e cinema. O que pesa na hora de aceitar dar vida a uma personagem? Você escolhe o que quer fazer?
Renata: “No teatro eu escolho e tenho muito orgulho da minha história. Na TV a gente tem menos chances de escolher, mas sempre tive sorte por terem me chamado só para fazer coisas ótimas. Sinceramente, eu nem me lembro de algum trabalho que eu poderia dizer que não faria.”
GTV: Mas você é de recusar papel? Renata: “Não, nunca recusei.” GTV: Como surgiu o convite para Geração Brasil?
Renata: “Foi a Denise (Saraceni) e o Filipe (Miguez) e Izabel (de Oliveira) que me convidaram para fazer a Gláucia Beatriz Pacheco Marra. Na sinopse dizem que ela é uma vilã, mas eu sempre fico com o pé atrás e penso: será? Isso é bom para não fazer arquétipos. Eu adoro isso, mas ela é vilã sim.”
GTV: Mas ela será aquela vilã perversa, no estilo de Nazaré Tedesco?
Renata: “Não. Mas ela a pior maldade que ela faz é rejeitar o próprio filho. Ela realmente odeia esse filho, o Jonas Marra (Murilo Benício). Eu entrei inclusive em sites que existem de mães que não gostam dos filhos. No começo eu pensava: meu Deus, que difícil a mãe não gostar do filho. Vai ver que no fundo ele é o filho que ela mais ama. Mas a Gláucia não gosta mesmo do filho, o detesta.”
Gláucia e o filho Jonas Marra (Murilo Benício)/Divulgação TV Globo
GTV: Por que ela sente tanta raiva do filho?
Renata: “O Jonas Marra roubou a mãe para comprar a passagem e ir para a Califórnia. Ele nunca, em 20 anos, ligou pra saber dela. O que ele faz é dar uma mesadinha para a mãe não aparecer porque ele tem pânico dela. Mas ela sempre foi péssima com o filho, desde pequeno o tratava mal. O motivo é que o Jonas é filho do PM (Policial Militar), que é o marido dela. O outro é filho do amante, que a Gláucia adorava. Ninguém sabe que o irmão do Jonas é filho do amante e não do PM, que assumiu a paternidade.”
GTV: Pelas cenas na novela, o figurino da personagem é provocante, não?
Renata: “Ela provoca, mas não é tipo Nazaré, que se achava o máximo. Talvez ela na juventude tivesse batido perna pra cá e pra lá. Ela agora está lançando olhares para o Jack Parker, que é o pai da Pâmela (Cláudia Abreu), que é vivido pelo Mielle. Ela fala: eu você, nós dois e uma ‘champanhota’, lança olhares. Ela quer conquistar Jack por interesse. Eu me divirto a cada cena.”
GTV: Como é viver uma mulher simples, do bairro da Taquara? Pegou referências do local para colocar na personagem? Como foi passar pelas ruas do bairro e conhecer o cotidiano das pessoas?
Renata: “Fui umas vezes na Taquara (bairro da Zona Oeste do Rio de Janeiro, próximo ao Projac) e adorei! O bairro é alegre, têm pessoa livres, não é aquela coisa do subúrbio que quer ser Zona Sul. As pessoas são livres… Eu adoro o Rio de Janeiro por isso, adoro Tanque e o Pechincha (bairros próximos da Taquara), e é muito interessante ter contato com as pessoas de lá. Quando passei pelo bairro percebi como as pessoas são livres, rapazes com uns cabelos diferentes, muitas lojas de roupa com os manequins nas ruas, as roupas penduradas na porta, nossa, achei o máximo. E espero que a personagem fale da Taquara na novela com muito orgulho do bairro. E eu tenho a impressão de que se ela ficar rica, a Gláucia não vai querer sair da Taquara, ela vai querer ser a boa, a rica do bairro. É melhor ser assim do que ir para Copacabana onde ninguém a conhece (risos). Se ela passar ‘ricona’ pelas ruas da Taquara, vão saber quem é ela, que é uma mulher que vai ao mercado, rouba uma coisa ali, outra aqui, e vive da mínima mesada que o filho manda.”
