Entrevista: Daniela Andrioli
No ar na telinha da rede Globo em duas novelas (“O Profeta” e “Amor à Vida”), a bela Paolla Oliveira comemora o papel de protagonista. Na primeira novela das 21h de Walcyr Carrasco, a atriz vive a mocinha Paloma, e revela que está animada com os desafios: “tudo que acontece na vida dela é muito forte. É sempre um desafio todos os dias”. Na entrevista à Guia da Tevê, Paolla fala sobre os dilemas da personagem, sua relação com a mãe e o irmão e a personalidade marcante de Paloma. Confira:
Foto: Estevam Avellar/TV Globo
Como é sua personagem?
“Ela é uma mocinha daquelas bravas. Brava no sentido de valente, guerreira. Acontece muita coisa nos quatro primeiros capítulos que definem a personalidade dela. Depois, a vida vai tendo descobertas. Mas o início é bem forte. Estou amando a minha mocinha.”
Ela tem alguma coisa em comum com outra mocinha que você já fez?
“Não, acho que não. Todos personagens são diferentes, por mais que sejam mocinhas. Elas têm algo em comum, sempre têm, mas são diferentes. A história é diferente, contada por outra pessoa, outros diretores. Trabalho para que seja com frescor, para que os sofrimentos sejam outros e as alegrias também sejam outras.”
Qual é o desafio em fazer a personagem?
“Trabalhar de domingo a domingo, talvez. Mas são muitos os desafios, não consigo falar um. Me renovar é um desafio. Fazer tudo com frescor, de quem já viveu outras mocinhas. E tem uma passagem de tempo. Então tem que ser tudo com verdade. E amor à vida é tão forte, né? Tudo que acontece na vida dela é muito forte. É sempre um desafio todos os dias. Mas é um desafio muito bom.”
O que ela tem de diferente para não ser aquela mocinha melosa e chata?
“Ela tem vida. Para não ser chata, você tem que ter vida. E ninguém tem só um lado. Ninguém é só bom ou só ruim. E a maioria dos personagens aqui tem vida, são bons, são ruins, brigam, fogem, voltam atrás, seguem a vida. A pessoa vai se revelando durante as situações. E isso pode fazer uma mocinha diferente. Só de fugir com um amor bandido, ela já é diferente.”
Em Insensato Coração, o público torceu um pouco mais para a vilã. Você espera que o público goste mais dessa mocinha?
“A gente sempre espera que o público torça por nós, torçam pela mocinha. E se eu estiver fazendo uma vilã, vou querem que eles torçam pela vilã também. Uma novela é feita por muitas mãos, muitos pincéis, a gente não sabe a cor que vai dar no final, mas espero que agrade. Agora é diferente mais uma vez.”
Ela não consegue reconhecer as vilanias do irmão. Ela é ingênua, sonhadora?
“Não acho que ela é ingênua. Mas o irmão é muito próximo, é acima de qualquer suspeita. Você não vai desconfiar de um irmão. Eu tenho irmão, sei que uma relação dessa é pra ser 100%. Então, ela não desconfia do Félix.”
Foto: Zé Paulo Cardeal/TV Globo
Como foi a cena do parto?
“Ainda não gravei. Mas estou tão presente, a Paloma está tão viva em mim, que acho que vai ser tranquilo. Já fiz outros partos em cena. Tem gente que fala ‘ah, mas você não é mãe’. Mas eu venho de uma família que as mulheres são tão vivas, tão presentes, então, ela está à flor da pele, acho que o parto vai ser tranquilo.”
Você faz planos de ser mãe?
“Agora, não. Faço, mas não agora.”
Como foi gravar no Peru?
“Foi ótimo, delicioso. Primeira vez que eu viajei para um lugar longe para iniciar uma novela. E eu acho que, nesse caso, tem uma importância grande para o meu personagem. Ela vai seguir a novela inteira levando essa liberdade que ela foi buscar na viagem ao Peru. Porque ela foge, ela vai se encontrar, vai ver o que ela gosta, vai sentir o vento no rosto, vai atrás de um amor. É o amor à vida ali. Ela leva as emoções de lá com ela.”
Vocês passaram por algum problema nas gravações?
“Foi ótimo. As pessoas passaram um pouco mal, mas comigo foi ótimo. Percebi que preciso de pouco ar pra respirar (risos). Não passei mal com a altitude, enfim, foi ótimo.”
Você foi estudante de fisioterapia. Isso te ajudou na composição do personagem?
“A fisioterapia é muito humana, muito sensível, então sempre trago isso para o personagem. Dessa vez, trouxe a coisa mais objetiva da fisioterapia, os termos técnicos, o ambiente hospitalar… Isso vai me ajudar de alguma forma.”
Você será pediatra. Conversou com alguém da área?
“Conversei, fui a hospitais, vi tudo. Desde a administração até os pacientes. Tem uma pediatra me ajudando, andando comigo. A gente vê parto, vai a maternidade, faz exames, ela tem me dado um apoio 100%.”
Sua personagem escolhe a pediatria por perder a filha?
“É por ela. Tem uma frase que eu falo: ‘vou cuidar de criança pela minha filha’.”
Como é a relação da Paloma com a mãe?
“Tem um mistério aí. Mas elas tentam se achar, se encontrar. A Paloma não entende porque a mãe é ríspida, não é uma relação de amor e ódio. É tipo fio desencapado. Tem alguma coisa ali que a gente não sabe. Mas, ao mesmo tempo, tem um amor de mãe.”
Você e o Malvino vão disputar uma criança na trama. Como você vê isso?
“É difícil dizer. Cada caso é um caso. Mas acho que muita gente vai ficar triste, relembrar alguma coisa, sofrer e se emocionar com essa história.”
Foto: Estevam Avellar/TV Globo
Você mudou seu visual para a novela. Como foi isso?
“No início estou com um cabelo mais comprido. Depois passam os 12 anos e aí eu estou assim…”
No começo ela tem um visual mais hippie…
“É ela tem um visual mais desencanado, mas o tempo todo ela leva isso. Apesar de ser rica, ela não ostenta, não. Anéis de pedra, bolsinha de lado, bem médica. Mais gente do que patricinha.”
Você se parece com ela nesse ponto?
“Sim, nesse ponto a gente se parece.”
Você fez uma vilã em Cama de Gato. Tem vontade de fazer de novo?
“A gente sempre tem vontade de fazer coisa diferente. Mas nesse momento estou feliz, estou para Paloma. Mas tenho vontade de fazer coisas diferentes, vilã, comédia…”
O que mais te atraiu no convite do Walcyr?
“O mais me atraiu é trabalhar. A Paloma me chamou atenção. E é a primeira novela das nove do Walcyr. Estou sentindo que está todo mundo com gás para andar, energia total…”
