No início do mês de abril foi divulgada uma pesquisa pela Universidade Federal Paulista que revela que as mulheres estão bebendo mais que antigamente – mais precisamente, 24 % a mais nos últimos seis anos. O número de homens que consomem bebida alcoólica também se elevou (31% no mesmo período). Estudos também já comprovaram que algumas bebidas alcoólicas, em doses reduzidas, fazem bem ao organismo. Portanto, nada para se alarmar? Nem tanto.
A pesquisa chegou a esse resultado considerando mulheres que consomem de 4 a 5 unidades de bebida alcoólica no período de duas horas. Cada unidade representa uma latinha de cerveja, uma taça de vinho ou dose de vodka. Já é um hábito excessivo.
Mas como saber se alguém está bebendo mais do que o recomendado? Essa linha tênue é perigosa e, em muitos casos, precisa de acompanhamento médico.
A psicóloga Cristiane Moraes Pertusi, do Departamento de Psicologia do Desenvolvimento da USP, explica: “Beber pode ser problemático quando a pessoa sente necessidade de beber muitas vezes na semana e passa a incluir o hábito de beber como condição para que alguma situação aconteça”.
Cristiane conta que beber se torna um problema quando é um comportamento repetitivo que se associa a questões emocionais, fornecendo uma falsa sensação de bem-estar, já que causa “dependência fisiológica e emocional”.
O fato de que agora as mulheres querem e podem ter os mesmo hábitos de consumo de bebida alcoólica dos homens tem o lado bom: segundo a psicóloga, é uma possibilidade de a mulher se livrar de suas culpas e liberar seus instintos e desejos.
O cuidado maior a ser tomado aparece quando, a médio e longo prazo, a bebida impede a pessoa de realizar funções que deveria fazer ou depende da bebida para fazer tarefas simples, como bater papo, trabalhar ou mesmo dormir.
A psicóloga diz que a dependência alcoólica pode trazer prejuízos emocionais e físicos como, por exemplo, agravar casos de depressão, quando a pessoa se sente culpada por consumir bebida alcoólica em excesso.