Carinhosamente nomeado de Outubro Rosa, o mês levanta a mídia para ajudar na conscientização da doença, tirando dúvidas e fornecendo informações. Nesse contexto, conversamos com o oncologista do Hospital Adventista Silvestre, Roberto Gil, que falou sobre a importância da questão genética no câncer de mama. Confira!
Apenas 20% dos casos são hereditários
Segundo Roberto, quando um câncer de mama é diagnosticado, uma das primeiras questões a serem abordadas é o histórico familiar. Procura-se saber se algum parente já teve a doença, qual o tipo e em que idade ocorreu. Porém, o fato de uma pessoa ter um parente com câncer não significa que também desenvolverá a doença, já que ela depende de inúmeros fatores.
Nas mulheres brasileiras, por exemplo, apesar de o câncer de mama ser o de maior incidência, a maior parte dos casos não tem relação com a transmissão genética. “Cerca de 80% das pacientes desenvolveram o câncer de forma esporádica. São mutações adquiridas e que se manifestam normalmente após os 50 anos”, afirma o oncologista.
O câncer genético
O câncer genético normalmente se manifesta em idades mais precoces, pois as mutações já nascem com a pessoa. Esse assunto se tornou bastante comentado quando a atriz Angelina Jolie realizou uma cirurgia preventiva para a retirada das mamas por ter descoberto ser portadora de mutações genéticas hereditárias. O procedimento causou muita polêmica por médicos terem questionado a sua real necessidade.
Nos dias de hoje, só o mapeamento genético já é bastante eficaz na hora de detectar as alterações e, assim, tomar medidas preventivas antes que a doença se manifeste. Porém, o oncologista afirma que a prevenção de um câncer de mama não é fácil. “A principal recomendação é a manutenção de hábitos saudáveis de vida: fazer exercícios físicos, ter boa alimentação, diminuir a ingestão de gordura animal, consumir frutas, fibras e legumes, não fumar e tomar cuidado com tratamentos hormonais”, explica.
Diagnóstico
Cerca de 40% das vítimas de câncer não resistem à doença por terem descoberto o problema quando este já estava em um estágio avançado. Por esse motivo, fazer o autoexame e a mamografia anualmente após os 35 anos é de extrema importância. Esse ato não é preventivo, mas possibilita o diagnóstico precoce da doença. “Assim, o tratamento é muito menos agressivo e muito mais eficaz”, finaliza Roberto.