O mais importante em qualquer competição esportiva é a alegria por participar, e quando se trata dos Jogos Olímpicos, antes de uma medalha, é vital que os atletas se lembrem de manter o espírito olímpico como principal ponto de partida.
O Rio de Janeiro, além de ser casa da edição 2016 das Olimpíadas, tem presenciado situações emocionantes que a empatia, o compromisso e a bondade ganharam medalhas de ouro! Confira:
Corredoras que se ajudaram para completar a prova
A semifinal dos 5.000 metros femininos foi um belo cenário de espírito olímpico. A corredora americana Abbey D’Agostino se chocou com a neozelandesa Nikki Hamblin e as duas caíram no meio da prova.
Ao invés de simplesmente seguir a prova, as duas resolveram se ajudar no momento da queda. Abbey D’Agostino lesionou seriamente seu tornozelo, mas foi incentivada por Nikki Hamblin para continuar a disputa.
As garotas foram as últimas colocadas na prova, mas terminaram a corrida juntas. Depois de ultrapassarem a linha de chegada, as corredoras se abraçaram e se emocionaram muito.
O comitê do atletismo julgou a atitude digna do espírito olímpico e assegurou a vaga de Abbey D’Agostino e Nikki Hamblin na final, caso elas tenham se recuperado da lesão e possam competir.
Esgrimista que confessou ao árbitro que ponto a seu favor foi errado
O brasileiro Athos Schwantes estava competindo na esgrima com o tcheco Jiri Beran numa disputa muito acirrada, mas uma atitude tornou a competição emocionante.
O árbitro da prova marcou um ponto errado – a roupa usada na esgrima tem dispositivos sensitivos – e o tcheco fez questão de contar a verdade. Ele, sem querer, acabou encostando e marcou um ponto, que não foi real.
O brasileiro aplaudiu a atitude de seu adversário e depois explicou a situação em entrevista a Globo: “Queria deixar uma coisa registrada. Quando joguei com o Beran e estava 5 a 3 para mim, ele fez um quarto ponto. Não sei se as pessoas entenderam em casa ou não (o que houve), mas muitas vezes nós esgrimistas não sentimos onde foi. Às vezes é muito de leve e você não sente, eu não senti, e o árbitro estava dando o toque. Estávamos entrando na linha de guarda de novo para se reposicionar, já mudado o placar com 5 a 4, e ele falou para o árbitro: “Toquei em mim mesmo”.”
“E aí foi por isso que bati palmas para ele e agradeci. O público não deve ter entendido também, foi uma conversa entre os dois que ouvi. E aí voltou a ficar 5 a 3, era um momento muito crítico. Isso mostra o que é o espírito olímpico. Fico muito feliz de ter uma pessoa com esse caráter. Se todo mundo fosse assim, teríamos outra situação. Procuro sempre ser assim, e ele me mostrou que esse é mesmo o caminho. Isso é o que faz a coisa ser realmente bonita.”
Amazona que desiste de competir para poupar cavalo,
A holandesa Adelinde Cornelissen demonstrou um amor tão grande por animais e pelo seu bem-estar que emocionou a todos.
Ela é competidora do hipismo e já havia se classificado para a final de adestramento por equipes, mas seu cavalo, Parzival – de 19 anos – ficou doente um dia antes da prova.
O animal apresentou febre de 40 graus e dificuldades para engolir. De acordo com os médicos veterinários Federação Internacional de Esportes Equestres (FEI), Parzival deve ter sido picado por algum animal que produz toxinas, como a aranha.
Apesar de ter sido medicado e liberado para a prova pelos veterinários, Adelinde não quis comprometer a saúde de seu animal. Ela entrou na arena da prova, fez uma saudação e desistiu.
Em um relato emocionante em seu Facebook a amazona declarou: “Para protegê-lo, eu desisti. Meu amigo, meu companheiro, o cavalo que deu tudo para mim por toda a sua vida não merece isso. Então, eu saudei e deixei a arena.”
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