A capacidade mental de muitos animais vem sendo alvo de estudos científicos e gerando controvérsias.
Enquanto uns creem que as reações de cães, gatos e cavalos (animais domésticos considerados mais inteligentes) estão totalmente ligadas ao instinto de sobrevivência, outros afirmam que a inteligência não é propriedade única aos seres humanos e que os bichos são capazes de aprender e até de ensinar, caso de mamíferos como golfinhos, elefantes e macacos.
Descobrir o que se passa na mente pode ser tão fascinante quando estudar o funcionamento do cérebro humano. Nesse processo, muita coisa já foi confirmada, como as habilidades e a inteligência dos macacos, em um estudo realizado em 1953, na Ilha de Koshima, no Japão. Os cientistas davam batatas-doces sujas de areia a um grupo de macacos e, certo dia, uma das primatas lavou sua batata em um riacho antes de comer. Depois de um tempo, além de mergulhar o alimento na água, ela passou a esfregá-lo. Três meses depois, os cientistas verificaram que o restante dos animais do grupo estava repetindo a atitude da macaca e comer alimentos limpos virou hábito na ilha, mostrando que, entre esses animais, existe transmissão de conhecimento.
Outro bom exemplo de esperteza é o papagaio Alex, da psicóloga e pesquisadora Irene Pepperberg, professora do Instituto de Tecnologia de Massachusetts, nos Estados Unidos. Alex foi a primeira ave estudada pela psicóloga e adquiriu um extenso vocabulário, reconhece sete cores, cinco formas geométricas, sete materiais, seis números e até alguns verbos.
Treinado com outros três papagaios, Alex e as aves se tornaram capazes de aprender o significado de igual e diferente, por exemplo. Quando colocados diante de um objeto circular e outro triangular, ambos vermelhos, conseguiam responder “cor” à pergunta “o que é igual?”. Alex também pode identificar, no meio de diversos objetos diferentes, qual é a cor do objeto maior ou qual tem a forma triangular e verde, por exemplo.
Os estudos de Pepperberg mostram que os papagaios são dotados de uma memória extraordinária e entendem relações complexas, tendo sua inteligência comparada a dos primatas e golfinhos, podendo, em algumas situações, ser até superior. Alex morreu aos 31 anos de causas naturais (essa espécie de ave pode viver até os 60 anos) e deu nome à fundação que apoia pesquisas sobre habilidades cognitivas e comunicativas de papagaios.
Antes de sair caçando papagaios por aí porque quer se encantar com eles, um aviso: capturar e manter presos animais silvestres é ilegal e resulta em prisão e multa. O Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente) só permite a aquisição de papagaios de um criador comercial devidamente registrado, com nota fiscal comprovando a origem legal do animal. Ainda assim, encanto mesmo é vê-los voando livres, espalhando sua inteligência em seu hábitat natural, concorda?
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Texto: Redação Alto Astral Edição: Nathália Piccoli