A expansão do Budismo no Brasil passou por quatro fases. Segundo Frank Usarski, doutor em Ciência da Religião pela Universidade de Hannover, na Alemanha, e livre-docente na mesma área pela PUC-SP, embora o Budismo tenha chegado ao Brasil com a imigração, há uma diferenciação entre as vertentes da filosofia.
“Há o Budismo de imigração, originalmente trazido para o Brasil por imigrantes asiáticos, sobretudo japoneses, e posteriormente transmitido dentro da família para as gerações subsequentes. Mas temos também o Budismo de conversão, representado por brasileiros que não nasceram em famílias budistas, mas optaram pelo Budismo como alternativa à religião em que foram educados na infância, por exemplo, o Catolicismo”, comenta Usarski.
Escolas budistas no Brasil
A classificação acima perde um pouco a consistência, de acordo com o especialista, pois grande parte daqueles que se converteram ao Budismo nos anos 1970, 1980 ou 1990 tiveram filhos, que foram socializados conforme os princípios budistas. Também há descendentes japoneses que abandonaram o Budismo para voltar a ele em outro momento da vida. Esses casos representariam uma espécie de reconversão ao Budismo.
Além dessas fases que predominaram no país, estabeleceram-se aqui praticamente todas as correntes asiáticas dessa religião. Se considerarmos virtualmente, podemos dizer que todas têm contato com nossa cultura. Porém, três correntes estão presentes na maioria das escolas budistas brasileiras. São elas: a tradição Theravada, típica do Sul da Ásia, que é considerada a tradição mais antiga que se baseia nos escritos originais do Buda; a Mahayana, vinda do Extremo Oriente, em que Buda não é apenas um sábio, mas um ser iluminado que ajuda tambem na iluminação dos caminhos alheios; e a tradição Vajrayana do Tibete, que nasceu dentro da Mahayana há cerca de 2 mil anos e que apresenta o caminho mais rápido para a iluminação.
LEIA TAMBÉM
- Você sabe por que monges budistas são carecas? Entenda!
- Budismo: conheça o significado dos principais termos desta filosofia
- 4 lições do Budismo para combater a inveja e a negatividade
Texto: Redação – Edição: Victor Santos
Consultoria: Frank Usarski, doutor em Ciência da Religião pela Universidade de Hannover, na Alemanha, e livre-docente na mesma área pela PUC-SP; Artigo O Budismo no Brasil, de Cristina Moreira da Rocha, Departamento de Antropologia Universidade de São Paulo