Para a terapia reichiana, o conceito de couraça tem dois componentes básicos: o físico e o psíquico. É uma espécie de “armadura” para a defesa emocional e física, que deixa de reagir à realidade como esta se apresenta. Em outras palavras, a realidade interna está dissociada da externa.
“Para alterar esse estado disfuncional de lidar com o mundo, realizamos o trabalho de ‘desencouraçamento’. Esse processo é mobilizado em parte pelo trabalho verbal, mas sua eficácia é muito maior quando são empregadas também técnicas corporais”, elucida André Carvalho, membro integrante do Núcleo de Psicoterapia Reichiana.
Movimentos oculares e foto-estimulação (lanterna), técnicas envolvendo a respiração, métodos de manipulação (massagem reichiana), trabalhos de expressão sonora, técnicas posturais e de equilíbrio, alongamento, entre outras, são alguns exemplos.
Muito cuidado com a couraça
Carvalho explica que o “desencouraçamento” deve ser cauteloso, pois se trata de um desmonte das defesas que permite o afloramento de mágoas, ressentimentos, impulsos “negativos” e expectativas infantis. Assim, o paciente terá condições de se permitir uma vida baseada no presente – a que Wilhelm Reich se refere como uma “estrutura orientada para a realidade”.
Um elemento indispensável, para terapeutas reichianos, é um colchão ou qualquer móvel no qual o paciente possa deitar-se horizontalmente de forma completa. “Isso porque boa parte das técnicas corporais reichianas são realizadas com o paciente deitado”, elucida André Carvalho.
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Texto: Érica Aguiar
Consultoria: André Carvalho, doutor em História das Ciências e da Saúde pela Fiocruz (RJ) e membro integrante do Núcleo de Psicoterapia Reichiana (www.nucleopsic.org.br).