-
Os Bons Companheiros
Goodfellas (1990)
Diretor: Martin Scorsese|Com: Robert De Niro, Ray Liotta e Joe Pesci |Premiações: Oscar de Melhor Ator Coadjuvante| Duração: 146 minutos.
Mais um a colocar os “caras maus” sob pedestais é considerado o melhor filme de 1990 por críticos da época, Os Bons Companheiros repete o já então venerado estilo de Martin Scorsese.
O diretor conta a história de ascensão e queda de três criminosos de Nova York, interpretados por atores consagrados que parecem ter nascido para desempenhar seus papéis. “Até onde eu consigo me lembrar, eu sempre quis ser um gângster” é a fala de abertura perfeita para a obra.
Ponto alto: nomes como Robert De Niro, Martin Scorsese e Joe Pesci não se uniram apenas uma vez na história do cinema, ainda mais se tratando de filmes de máfia, crime ou violência. Os Bons Companheiros constata definitivamente que a combinação não poderia ser mais louvada pelos cinéfilos, já que estes são presenteados por atuações memoráveis, direção única e mais um clássico sobre altos e baixos de uma vida levada por meios ilícitos. Os posteriores Cassino e O Lobo de Wall Street, por exemplo, seguem tal legado de qualidade.
-
Fargo
Fargo (1996)
Diretores: Joel e Ethan Coen | Com: William H. Macy, Frances McDormand e Steve Buscemi | Premiações: Oscar de Melhor Atriz e Melhor Roteiro Original | Duração: 98 minutos.
Policial repleto de humor negro, Fargo reafirma a estética que consagrou os irmãos Coen como diretores a terem um reconhecido estilo próprio. Seja o ritmo de edição intenso ou o roteiro que parte de uma crônica do cotidiano para acontecimentos mais inesperados, a presença da aclamada dupla se faz sentir no crescente suspense do filme.
O thriller fala de um sequestro forjado, que dá errado por pequenos acontecimentos que trazem reviravoltas à trama. Também foi jogada de mestre ter uma investigadora grávida com um dos papéis de destaque.
Ponto alto: é interessante ver como a dinâmica dos irmãos Coen se revela ainda no início de suas carreiras. Uma das estratégias de marketing utilizada por eles foi divulgar que o crime do filme era baseado em fatos reais, ocorridos em sua cidade natal. Soube-se, depois, que a informação era falsa.
-
Os Imperdoáveis
Unforgiven (1992)
Diretor: Clint Eastwood | Com: Clint Eastwood, Gene Hackman e Morgan Freeman | Premiações: Oscar de Melhor Filme, Melhor Ator Coadjuvante, Melhor Diretor e Melhor Montagem | Duração: 131 minutos.
Um dos mais venerados westerns de todos os tempos, Os Imperdoáveis apresenta William Munny (Clint Eastwood, em grande atuação), um ex-pistoleiro que, em troca de mil dólares, volta à ativa para vingar uma prostituta que teve seu rosto retalhado.
A saga de Munny, acompanhado por seu parceiro de longa data Ned Logan (Morgan Freeman), leva-o à execução do seu relutante último trabalho. Além dos atores e do roteiro preciso, o que chama a atenção no longa é o fato de ele fugir dos clichês típicos do faroeste: o “mocinho” Munny é um homem amargurado pela vida e credita seus assassinatos de outrora ao vício em álcool. Por sua vez, o xerife Little Bill (Gene Hackman) não tem nada de heroico – é ganancioso e vaidoso.
Ponto alto: o papel das mulheres na trama também é outra “subversão” ao faroeste tradicional, pois são as prostitutas que se mobilizam e juntam dinheiro para vingar a agressão à colega de profissão. Outro ponto interessante é o uso da chuva em uma das passagens do final do filme, característica rara no western.
-
Pulp Fiction: Tempo de Violência
Pulp Fiction (1994)
Diretor: Quentin Tarantino | Com: John Travolta, Uma Thurman e Samuel L. Jackson | Premiações: Oscar de Melhor Roteiro Original | Duração: 154 minutos.
Uma verdadeira manifestação da cultura pop em sua essência, o segundo filme de Quentin Tarantino chegou para revolucionar o cinema. As três histórias contadas ao mesmo tempo – e sem a menor preocupação de seguir o tempo cronológico – trazem gângsters, assassinos de aluguel, um boxeador, muita violência, sangue e humor negro.Enfim, elementos que são a cara do diretor e que, combinados, levaram-no ao estrelato.
A banalidade como as drogas e a violência são tratadas nos diálogos muito bem escritos chama a atenção, além do incontável número de referências pop nas falas dos inesquecíveis personagens. John Travolta e Uma Thurman estão no ápice de suas carreiras, e Samuel L. Jackson, inconfundível com seu bigodinho e cabelo.
Ponto alto: um clássico tão cult não poderia deixar de contar com passagens musicais afiadíssimas. Mia Wallace cantarolando Girl, You’ll Be a Woman Soon antes de ter uma overdose, e o twist You Never Can Tell de Uma Thurman e John Travolta, cuja coreografia é copiada até hoje, são dois momentos célebres do longa.
-
O Silêncio dos Inocentes
The Silence of the Lambs (1991)
Diretor: Jonathan Demme | Com: Jodie Foster, Anthony Hopkins e Lawrence A. Bonney | Premiações: Oscar de Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Atriz e outras duas estatuetas | Duração: 118 minutos.
Não dá para negar: Hannibal Lecter é o psicopata mais memorável do cinema. Anthony Hopkins dá um show com sua interpretação teatral e firme, e Jodie Foster também não fica atrás como a agente do FBI Clarice Starling, que desenvolve um jogo psicológico com o Dr. Lecter em sua busca por um outro assassino à solta.
A narrativa está longe de ser mirabolante ou inovadora: o que nos prende nas quase duas horas do longa é a sensibilidade artística da produção, a partir da capacidade de transmitir, de forma simples, todo o poder emanado pelos psicopatas e o horror de suas atitudes. A relação de Hannibal e Clarice mistura o fascínio dela em relação ao seu intelecto e força com uma tensão constante que beira até mesmo a atração sexual.
Ponto alto: a cena em que Clarice se encaminha para um primeiro encontro com Hannibal. A tomada consegue nos colocar no longo corredor, junto com a agente, numa impressionante sequência em que sentimos exatamente a mesma ansiedade que ela ao confrontá-lo por trás do vidro.
LEIA TAMBÉM
- Cinema: 5 dicas de filmes que vão te deixar intrigada!
- Jackie Chan ganha Oscar honorário; relembre seus principais filmes
- Sem piscar: 5 filmes que vão te tirar o fôlego. Confira!
Texto: Redação Alto Astral Edição: Nathália Piccoli