Uma folha de papel representa apenas imagem em 2D, certo? Errado! Entre os artistas e designers, existem truques e técnicas que podem proporcionar a ilusão de ótica de terem três dimensões. O professor de física Patrick de Almeida Pinto lembra que, nos nossos olhos, a retina capta as imagens primeiramente em 2D. Mas é o cérebro quem interpreta os dados e formula o mundo físico de forma tridimensional. “Sombras, perspectivas e contrastes auxiliam o cérebro nessa fabulosa missão. Portanto, enxergamos um ambiente conforme a organização feita pelo nosso cérebro”, descreve o professor Patrick.
Seguindo essa lógica, podemos até inferir que tudo é uma ilusão, uma interpretação do cérebro. “Imagens planas, vistas por certos ângulos, com jogo de sombras, formas e contrastes podem nos iludir, nos dando uma impressão de projeção ou profundidade de algo tridimensional”, conclui Patrick.
Ilusão com profundidade
Diga aí: essa espiral acima parece que está sugando você até o centro da imagem, não é? Mas, se notar bem, não há espiral alguma aí. Quem primeiro descreveu essa ilusão foi o psicólogo britânico James Fraser em 1908. Ela também é conhecida como ilusão da corda torcida. Os segmentos de arcos pretos sobrepostos parecem formar a espiral. Porém, os arcos, na verdade, são uma série de círculos com o mesmo centro, dando a sensação de profundidade.
Essa engenhosa disposição é intensificada pelo fundo: uma composição de triângulos e losangos parece formar um fundo xadrez distorcido. Já a impressão de espiral se intensifica com a distância cada vez menor entre as circunferências e o centro da figura. Que doido, não é mesmo?
LEIA TAMBÉM:
- Miragem pode ser uma ilusão de ótica?
- O que é uma ilusão de ótica cognitiva? Confira exemplos
- O que é ilusão de ótica? Qual a relação com o cérebro?
TEXTO e ENTREVISTAS: Ricardo Piccinato